Por Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ/BUCARAMANGA, Colômbia (Reuters) - Desviando de patrulhas do Exército na fronteira, atravessando rios e enfrentando as baixas temperaturas andinas, milhares de imigrantes venezuelanos estão realizando árduas jornadas em direção à Colômbia em busca de uma vida melhor, apesar da pandemia da Covid-19.
A Colômbia, que fechou sua fronteira em março para se proteger contra a propagação do coronavírus, é há muito tempo o principal destino de imigrantes que buscam fugir do colapso econômico e social da vizinha Venezuela.
No início da pandemia, os imigrantes venezuelanos voltaram para casa, incapazes de encontrar emprego no momento em que Colômbia entrava em um bloqueio estrito. As autoridades colombianas estimaram que mais de 100.000 imigrantes voltaram para casa.
Mas com poucas perspectivas de melhora na situação econômica da Venezuela, espera-se que a maioria deles tente retornar à Colômbia, muitos com parentes ou amigos lá, disse o chefe da agência de imigração da Colômbia, Juan Francisco Espinosa.
Centenas já estão cruzando ilegalmente a pé todos os dias ao longo da fronteira de 2.219 quilômetros, evitando patrulhas do Exército, polícia e funcionários da imigração.
“Estamos caminhando há 12 dias, sentindo frio, insônia, fome, contando cada dia e confiando em Deus”, disse José Saenz, de 42 anos. Ele e o filho mais velho, de 22 anos, esperam chegar a Pereira, na região cafeeira do oeste da Colômbia, onde ele trabalhava no ramo da construção.
A maioria dos estimados 1,7 milhão de venezuelanos que vivem na Colômbia não tem documentos legais e ganham a vida informalmente na construção, em vendas ou entregas.
O governo deve prorrogar o fechamento da fronteira.