Por Pablo Garcia e Ricardo Brito
RECIFE/BRASÍLIA (Reuters) - O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, anunciou nesta sexta-feira que vai ser disponibilizada uma linha de crédito no valor de 200 milhões de reais para ajudar empreendedores de regiões que tenham sido atingidas pelo vazamento de óleo nas praias nordestinas.
"Estamos oferecendo 200 milhões de reais em linhas de crédito, até em capital de giro, para que aqueles pequenos, médios e grandes empresários tenham acesso a crédito, reformas, investimentos", disse o ministro, em entrevista coletiva em Recife (PE).
Segundo a assessoria de imprensa do ministério, o Fundo Geral do Turismo (Fungetur) é operado atualmente no Nordeste pela Caixa Econômica Federal e o Banco do Estado de Sergipe (Banese). Nos próximos dias, o MTur lançará um edital para credenciar novos agentes financeiros, especialmente para atendimento à região afetada. Atualmente, o Fungetur tem 156 milhões de reais em 113 operações contratadas, desde 2018.
Mais cedo, o ministro visitou Porto de Galinhas, um dos principais destinos turísticos em Pernambuco e, de calça e camiseta em homenagem à cidade, fez questão de molhar os pés e as mãos afirmando depois em declaração à imprensa que poderia sim trazer sua família para a localidade.
Na entrevista coletiva, o ministro cobrou uma cobertura responsável da imprensa em relação ao desastre. Disse que menos de 10 por cento das praias do Nordeste foram atingidas pelo óleo.
"Praias que não foram atingidas, obviamente estão aptas. As que foram atingidas, são menos de 10 por cento", disse ele, atribuindo o dado ao ministro da Saúde e ao secretário de Saúde no Estado.
De acordo com o Ibama, 238 áreas foram atingidas pelas manchas de óleo em todos os nove Estados da Região Nordeste.
Também presente à coletiva, o almirante de esquadra Leonardo Puntel destacou que os militares das três forças estão atuando em todas as áreas para ajudar na contenção de danos após o desastre.
Puntel disse que há um inquérito de poluição hídrica aberto pela Marinha e que as investigações estão sendo realizadas "com muita seriedade" sem descartar qualquer hipótese para o desastre.
O almirante disse que o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Água (PNC) foi colocado em prática desde o dia 2 de setembro, assim que, segundo ele, as primeiras manchas de óleo foram detectadas. Têm havido críticas -- inclusive do Ministério Público Federal, que recorreu à Justiça -- de leniência do governo federal diante do desastre.
O ministro do Turismo não quis responder a uma pergunta sobre a crise que o envolve por suspeitas de candidaturas-fantamas em Minas Gerais. No início do mês Marcelo Alvaro Antônio, então presidente do PSL de Minas, foi denunciado pelo Ministério Público no episódio.