Por ReutersSummary ReutersSummary
BUENOS AIRES (Reuters) - O governo argentino informou que adiará o pagamento das amortizações de Letras do Tesouro (Letes) que começaram a expirar nesta sexta-feira até 31 de agosto de 2020, devido à crise que o país enfrenta, segundo um decreto presidencial publicado no diário oficial do país.
A medida do governo do novo presidente Alberto Fernández implica um adiamento de pagamentos de cerca de 9 bilhões de dólares. A medida, contudo, não abarca títulos detidos por indivíduos ou províncias, segundo uma fonte oficial.
"Uma porcentagem importante desse endividamento foi contraída em moeda estrangeira, então (...) a Argentina enfrenta dificuldades que são do conhecimento público para fazer frente ao vencimento de tais obrigações", afirmou o decreto presidencial.
Em agosto, a administração do então presidente Mauricio Macri estendeu os vencimentos das dívidas de curto prazo, dos títulos sob regras locais e estrangeiras e o pagamento de um empréstimo de 57 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A nova mudança de perfil das letras já vinha sido considerada pelos investidores, disse à Reuters Gustavo Ber, economista do Estudio Ber.
A medida afeta pessoas jurídicas, as quais representam cerca de 90% dos credores, afirmou a corretora SBS, explicando que pessoas físicas e províncias são deixadas de fora dessa nova mudança de perfil.
O adiamento dos pagamentos ocorre num momento em que o Congresso trata de um projeto de "emergência econômica" que visa permitir aumento de impostos para enfrentar a grave crise no país sul-americano.