Por Hugh Bronstein
BUENOS AIRES (Reuters) - A Argentina permanece aberta ao diálogo com os credores horas antes do prazo até a tarde desta sexta-feira para que os detentores de títulos concordem com a proposta de reestruturação do governo, e reavaliará a situação após a expiração da oferta, disse o ministro da Economia argentino, Martín Guzmán.
Sua proposta de reestruturar cerca de 65 bilhões de dólares em títulos soberanos "insustentáveis" vai expirar às 18 horas do horário local de Buenos Aires (18h no horário de Brasília), sem sinais de um acordo com os credores ou uma extensão do prazo no horizonte.
"A Argentina continua aberta ao diálogo", disse Guzmán em uma mensagem de texto.
"Avaliaremos a situação depois que a oferta expirar hoje, e continuaremos trabalhando para alcançar a meta de restaurar a sustentabilidade da dívida para reerguer o país e estabelecer um relacionamento sustentável, saudável e duradouro com nossos credores", disse Guzmán.
Alguns grandes acionistas rejeitaram a proposta de imposição de grandes cortes nos pagamentos dos cupons, um adiamento de três anos nos pagamentos da Argentina e um adiamento dos vencimentos para a próxima década. A oferta foi divulgada em meados do mês passado.
"Claramente, precisa haver algum alívio inicial do fluxo de caixa, mas isso não necessariamente racionaliza três anos sem pagamentos", disse Siobhan Morden, chefe de estratégia de renda fixa da América Latina na Amherst Pierpont Securities, em uma nota desta sexta-feira.
Se os credores tiverem ideias que melhor lhes convêm, respeitando as restrições que a Argentina enfrenta, Guzmán disse, em mensagem de texto, que "estamos prontos para ouvir".
"Qualquer combinação de redução de juros, período de carência e extensão de vencimentos que esteja alinhada com as análises de sustentabilidade da dívida do governo da Argentina e do FMI será considerada", disse Guzmán.
A renovação dos títulos faz parte de uma ampla reestruturação da dívida da Argentina com os credores, incluindo o Fundo Monetário Internacional e o Clube de Paris.
O governo argentino diz que sua capacidade de pagar os credores é extremamente limitada, pois a Argentina já estava em recessão antes das paralisações devido à a pandemia de coronavírus, em 20 de março. Desde então, a economia foi massacrada.