BUENOS AIRES/LONDRES (Reuters) - A Argentina e seus credores chegaram mais perto de um entendimento depois que uma segunda rodada de propostas foi feita entre os principais detentores de títulos e o governo, reforçando as esperanças de que um possível acordo será alcançado para renovar cerca de 65 bilhões de dólares em dívida.
Buenos Aires apresentou uma nova proposta na quinta-feira, com vencimentos mais curtos e um período de carência menor de dois anos nos pagamentos de cupons, depois de recusar antecipadamente uma nova contraproposta de dois grupos principais de credores.
O ministro da Economia do país disse que a nova proposta dos detentores de títulos foi um passo na "direção certa", mas ainda ficou aquém do que o país precisa para se livrar da crise da dívida em meio a uma longa recessão.
"Ainda é necessário mais trabalho, mas os dois lados estão cada vez mais próximos", disse o Morgan Stanley (NYSE:MS) em nota, onde calculou o valor presente líquido (VPL) da nova oferta em cerca de 41,5 centavos por dólar, ante 33 centavos por dólar na oferta original.
"Um VPL de 41,5 é uma melhoria decente e fica muito mais próximo da área 45-50, onde achamos que um acordo pode ser alcançado", disse o banco de investimentos, acrescentando que um acordo pode ser obtido no terceiro trimestre do ano com "mais boa vontade de ambos os lados".
A Argentina está travada em negociações para reformular dívida externa que se tornou insustentável. O país não conseguiu pagar cerca de 500 milhões de dólares em cupons de bônus na semana passada, marcando seu nono default soberano.
O governo adiou o prazo para um acordo até 2 de junho, embora pessoas próximas às negociações digam que a decisão pode ser protelada novamente.
Siobhan Morden, da Amherst Pierpont, afirmou em nota nesta sexta-feira que os prazos estendidos e a oferta aprimorada sugerem um compromisso.
"Ainda não há um avanço oficial entre a Argentina e os detentores de títulos; no entanto, há um otimismo latente de que um compromisso será alcançado sob a influência moderada do presidente (Alberto) Fernández", escreveu Morden.
(Reportagem de Adam Jourdan e Marc Jones)