(Reuters) - A Argentina se juntou a um grupo de países na América Latina que tem feito apelos para o adiamento da eleição de um novo presidente para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mencionando complicações logísticas causadas pela pandemia de coronavírus.
Um atraso na votação seria um potencial revés para a escolha do presidente norte-americano, Donald Trump, na corrida rumo à liderança do organismo.
O candidato dos Estados Unidos, Mauricio Claver-Carone --assessor de Trump conhecido por ter uma postura linha-dura em relação a Venezuela e Cuba-- é o atual favorito à posição de liderança do BID, que deve realizar eleição sobre o assunto no próximo mês.
"Esse adiamento é necessário, porque algo tão vital para nós como o novo presidente do BID não pode sair de uma reunião virtual", disse o chanceler argentino, Felipe Solá, em entrevista à Radio Con Vos, em Buenos Aires.
Claver-Carone se tornaria a primeira pessoa de fora da América Latina a liderar o banco com sede em Washington, um primo menor do Fundo Monetário Internacional (FMI) que é liderado por latino-americanos desde sua fundação em 1959.
O Ministério das Finanças do México disse na semana passada que a votação deveria ser adiada "até que as condições fossem adequadas", ecoando apelo semelhante do Chile na quinta-feira. Também na semana passada, o Ministério das Relações Exteriores da Costa Rica disse em comunicado que adiar as eleições seria "uma opção oportuna e conveniente".
No entanto, o Brasil apoiou a candidatura de Claver-Carone, junto com a Colômbia.
(Reportagem de Eliana Raszewski)