CHAREKTAR, Azerbaidjão (Reuters) - Ainda vestindo roupas de camuflagem nas quais lutou contra as forças do Azerbaidjão uma semana antes, Arsen, de etnia armênia, acendeu uma fogueira debaixo da mesa de jantar da sua irmã na pequena vila de Charektar neste sábado.
Enquanto as chamas ganhavam força com a ajuda de tiras de papelão, ele usou uma cadeira de madeira para quebrar as janelas da casa térrea e lençóis para espalhar o fogo, que logo consumiu toda a moradia.
“Eles já estarão aqui amanhã de manhã. Os azeris. Eles que se danem. Que morem aqui, se conseguirem”, disse, enquanto o fogo aumentava.
Os armênios estão recorrendo a uma política de terra arrasada antes de entregar o território ao Azerbaidjão, sob um acordo de paz mediado pela Rússia após seis semanas de conflito entre forças de etnia armênia e tropas azeris pelo enclave de Nagorno-Karabakh e outras áreas da região.
Aninhada nas montanhas, Charektar é uma pequena vila em Kalbajar, distrito do Azerbaidjão, que faz fronteira com Nagorno-Karabakh.
É internacionalmente reconhecida como parte do Azerbaidjão, mas tem sido controlada por armênios desde o fim da guerra de Nagorno-Karabakh, nos anos 1990. No domingo, os azeris retornarão para recuperar o controle da região.
Repórteres da Reuters viram seis casas, aproximadamente metade da vila, pegando fogo, neste sábado.