BRASÍLIA (Reuters) -A arrecadação federal cresceu 1,28% em termos reais em fevereiro sobre o mesmo mês do ano passado, somando 158,995 bilhões de reais, valor recorde para o mês, informou a Receita Federal nesta quinta-feira.
As receitas foram reforçadas por um recolhimento atípico de 2 bilhões de reais em impostos sobre o lucro de empresas ligadas ao setor de commodities. O fisco também destacou uma alta de 6,3% das receitas previdenciárias, o que atribuiu ao crescimento da massa salarial, e um crescimento de 27% na tributação de investimentos em renda fixa em cenário de taxa básica de juros elevada.
Por outro lado, as desonerações sobre os produtos industrializados, que entraram em vigor a partir de maio do ano passado, e sobre combustíveis afetaram negativamente a arrecadação de IPI, PIS/Cofins e Cide, com um impacto estimado pela Receita em 5,650 bilhões de reais.
No bimestre, a arrecadação totalizou 410,739 bilhões de reais, também a mais elevada já registrada para o período e uma alta de 1,19% sobre os dois primeiros meses de 2022, já descontada a variação da inflação. A série da Receita começa em 1995.
Na quarta-feira, o governo reduziu à metade a projeção para o déficit orçamentário do ano, ao elevar em 110 bilhões de reais sua estimativa de receitas.
Contribuiu para esse incremento uma previsão de ganhos mais elevados no ano com PIS e Cofins, após o governo ter reonerado parcialmente combustíveis e editado medida que mudou a base de cálculo desses tributos. A Receita informou que o impacto dessa medida começará a se sentido na arrecadação de abril.
A melhora da projeção também foi impulsionada por estimativa de receita mais alta de Imposto de Renda, além de incorporação às contas do Tesouro de 26 bilhões de reais de recursos não sacados por trabalhadores no Pis/Pasep.
(Por Isabel Versiani; edição de Camila Moreira e Luana Maria Benedito)