Por Michael S. Derby
(Reuters) - A ata da reunião do Federal Reserve de junho, que será divulgada nesta quarta-feira, provavelmente mostrará um debate ativo entre as autoridades que ainda parecem inclinados a defender mais ações para controlar a inflação.
A ata da reunião será divulgada às 15h (horário de Brasília), depois que os membros do banco central dos Estados Unidos passaram as últimas três semanas esboçando suas perspectivas de política monetária.
Autoridades importantes, como o chair do Fed, Jerome Powell, apontaram para as previsões divulgadas naquela reunião, indicando que um aperto de 0,5 ponto percentual a mais neste ano ainda está em jogo.
“O comitê acredita claramente que há mais trabalho a fazer, que há mais aumentos de juros que provavelmente serão apropriados” em algum momento ao longo do ano, disse Powell na quarta-feira passada, em um evento com outros chefes de bancos centrais em Portugal.
“Embora a política monetária seja restritiva, não é, pode não ser restritiva o suficiente e não tem sido restritiva há tempo suficiente”, o que mantém vivas as perspectivas de mais aumentos, disse Powell.
Mas alguns acham que já foi feito o suficiente. O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse na quinta-feira passada que acredita que não são necessários mais aumentos de juros, observando que “os dados, resultados de pesquisas e inteligência em campo constituem razões razoável de que a desinflação gradual continuará”. Ele acrescentou que "isso acontecerá mesmo que o Comitê não aumente a taxa de juros".
A ata descreverá as deliberações que permitiram ao Fed, após pouco mais de um ano de aumentos de juros muito agressivos, manter a taxa básica entre 5% e 5,25%.
O Fed optou pela manutenção em 14 de junho em grande parte para avaliar o impacto dos aumentos que já implementou. Nos últimos dias, alguns banqueiros centrais observaram que os efeitos do aperto passado ainda estão fluindo para a economia.