Por John Morris
PORTAPIQUE, Nova Escócia (Reuters) - Um atirador que chegou a se passar por policial matou ao menos 16 pessoas na província canadense de Nova Escócia durante um ataque de 12 horas, disseram autoridades no domingo, o pior massacre a tiros da história moderna do país.
Entre as vítimas do ataque que se espalhou por parte da província do Atlântico canadense estava Heidi Stevenson, membro da Polícia Montada Real do Canadá (RCMP) há 23 anos e mãe de dois filhos.
A Polícia Montada Real do Canadá informou que o atirador Gabriel Wortman, de 51 anos, que trabalhava como protético, pareceu estar usando parte do uniforme de um policial a certa altura. Ele também se empenhou em tentar fazer seu carro se assemelhar a uma viatura de polícia.
A polícia acrescentou que eliminou a ameaça representada por Wortman, que foi morto, mas não quis confirmar uma reportagem da rede CTV segundo a qual a RCMP o baleou.
Wortman baleou pessoas em vários locais de Nova Escócia, disse a RCMP em um briefing. A comissária Brenda Lucki disse à Canadian Broadcasting Corporation que a polícia tem conhecimento de ao menos 16 vítimas, além do atirador, e acrescentou que a esta altura não há indícios de que a chacina teve motivação terrorista.
A polícia afirmou não haver elo aparente entre Wortman e ao menos algumas de suas vítimas e que não tem ideia de qual pode ter sido sua motivação.
"Hoje é um dia devastador para a Nova Escócia, e permanecerá gravado nas mentes de muitos durante anos", disse Lee Bergerman, comandante-chefe da RCMP de Nova Escócia.
O número de mortos ultrapassou o de um massacre de Montreal de 1989 em que um atirador matou 15 mulheres.
Massacres a tiros são relativamente raros no Canadá, que tem leis de porte de armas mais rigorosas do que os Estados Unidos.
A província de Nova Escócia, como o restante do Canadá, está sujeita a uma ordem de confinamento domiciliar por causa da pandemia do coronavírus.
A polícia soube das mortes na noite de sábado devido a vários relatos de disparos em uma casa na pequena cidade litorânea de Portapique, cerca de 130 quilômetros ao norte da capital provincial Halifax.
"Quando a polícia chegou ao local, membros localizaram várias baixas dentro e fora da casa", disse Chris Leather, principal autoridade de operações anticrime da RCMP de Nova Escócia.
(Reportagem e redação adicional de David Ljunggren em Ottawa e reportagem adicional de Denny Thomas em Toronto)