Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - Algumas autoridades do Banco do Japão pediram um debate mais profundo sobre uma futura saída da política monetária ultrafrouxa, à medida que a economia avança para atingir a meta de preços do banco central, segundo um resumo de opiniões da reunião deste mês, divulgado nesta quarta-feira.
Embora a diretoria tenha concordado em manter o estímulo maciço por enquanto, os nove membros se dividiram entre aqueles que estavam cautelosos em relação ao aumento dos juros e outros que viam a necessidade de começar a se preparar para uma saída futura.
Um membro disse que o momento de normalizar a política monetária ultrafrouxa estava "cada vez mais próximo", dada a probabilidade crescente de que a meta de inflação de 2% do banco central para o Japão seja atingida de forma sustentável.
"Para evitar o risco de que os preços altos prejudiquem o consumo e minem a chance de atingir nossa meta de preços, não devemos perder a oportunidade de normalizar a política monetária", disse o membro.
Porém, outro membro disse que o banco poderia esperar pelo menos até o resultado das negociações salariais da primavera (no Hemisfério Norte) do próximo ano, pois é improvável que a inflação ultrapasse drasticamente a meta de 2%, mesmo que os salários aumentem significativamente, conforme mostrou o resumo.
Na reunião de 18 e 19 de dezembro, o Banco do Japão manteve a política monetária ultrafrouxa e não fez nenhuma alteração em sua orientação "dovish", que se compromete a tomar medidas adicionais de afrouxamento monetário conforme necessário.
Duas outras autoridades citaram a necessidade de mais debates sobre uma futura saída, com um membro dizendo que o banco central deve "aprofundar as discussões sobre o momento da saída e o ritmo apropriado de aumento dos juros depois disso", mostrou o resumo.
Outra opinião disse que a atual orientação do Banco do Japão não necessariamente impede o banco de alterar os juros, segundo o resumo.
Muitos participantes do mercado esperam que o banco central encerre sua política de juros negativos no próximo ano, com alguns vendo a chance de uma mudança em janeiro ou abril.