Por Andy Bruce
LONDRES (Reuters) - O alto escalão do Banco da Inglaterra (BoE) defendeu seu histórico de política monetária nesta quinta-feira, depois que um ministro falou abertamente sobre diluir a independência operacional do banco central.
Falando logo após o BoE ter aumentado as taxas de juros de 1,25% para 1,75%, o diretor Andrew Bailey disse ser importante que o banco central tome decisões de política monetária com independência em relação ao governo.
Com a inflação em breve chegando a dois dígitos, políticos do Partido Conservador têm atacado o desempenho do BoE, conforme sofrem pressão para ajudar as famílias que enfrentam o aumento das contas de energia.
A secretária de Relações Exteriores Liz Truss, favorita para suceder Boris Johnson no cargo de primeiro-ministro, disse que planeja rever o mandato do BoE, mas não disse exatamente o que isso abrangeria.
Bailey disse ser importante entender como o regime foi construído em 1997, acrescentando que ele tem servido muito bem desde então. Ela não quis comentar a corrida pela liderança do Partido Conservador.
A procuradora-geral Suella Braverman --uma importante aliada de Truss-- disse que o BoE foi muito lento para aumentar as taxas de juros em face da inflação crescente. O banco agora prevê que a inflação atingirá um pico superior a 13%, mais de seis vezes sua meta.
Braverman disse que não está sendo cogitado revogar a independência do BoE.
"Mas existem muitos outros modelos ao redor do mundo em que os bancos centrais têm diferentes graus de independência sobre a política monetária", disse ela à Sky News.
O vice-presidente do BoE, Ben Broadbent, rejeitou as alegações de que uma inação do banco central no ano passado contribuiu para o aumento da inflação e disse que era impossível prever o impacto da invasão da Ucrânia pela Rússia.