WASHINGTON (Reuters) - O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) pediram nesta quarta-feira aos credores bilaterais oficiais que forneçam alívio imediato de dívida aos países mais pobres do mundo que estão enfrentando graves consequências da rápida disseminação do coronavírus.
Em uma declaração conjunta, as instituições pediram aos credores bilaterais oficiais que suspendam imediatamente o pagamento da dívida dos países da Associação Internacional de Desenvolvimento, se for solicitado. Esses países abrigam um quarto da população mundial e dois terços da população mundial que vive em extrema pobreza e serão os mais afetados pela pandemia, disseram elas.
"Isso ajudará as necessidades imediatas de liquidez dos países da Associação Internacional de Desenvolvimento para enfrentar os desafios impostos pelo surto de coronavírus e permitir tempo para uma avaliação do impacto da crise e das necessidades de financiamento de cada país", disseram o FMI e o Banco Mundial.
A maioria dos 76 países que recebem apoio da Associação Internacional de Desenvolvimento tem renda nacional bruta per capita abaixo de 1.175 dólares, um dado que é atualizado anualmente.
O Banco Mundial e o FMI disseram que a suspensão do pagamento da dívida, consistente com as leis nacionais dos países credores, proporcionará "uma sensação global de alívio aos países em desenvolvimento" e enviará um forte sinal aos mercados financeiros.
Eles solicitaram às 20 maiores economias do mundo (G20) para apoiarem seu pedido de ação.
Os líderes do G20 devem realizar uma cúpula virtual na quinta-feira a fim de discutir um plano de ação para lidar com a pandemia.
O novo coronavírus, que teve origem na China em dezembro, infectou mais de 438 mil pessoas em todo o mundo e matou mais de 19 mil, de acordo com um registro da Universidade Johns Hopkins.
O Banco Mundial e o FMI convidaram os líderes do G20 a avaliar o impacto da crise e as necessidades financeiras de cada um dos países da Associação Internacional de Desenvolvimento, incluindo a identificação daqueles com situações insustentáveis de dívida, e a prepararem uma proposta de ação abrangente por credores bilaterais oficiais.
Eles disseram que buscarão o endosso da proposta nas reuniões de primavera do Banco e do Fundo, marcadas para o próximo mês.
(Por Andrea Shalal)