(Reuters) - O presidente do Federal Reserve de Richmond, Thomas Barkin, disse nesta quinta-feira que, embora tenha havido um "progresso real" em relação à inflação, ele ainda não tem certeza sobre se o banco central dos Estados Unidos precisará aumentar sua taxa de juros para concluir o trabalho.
"Prevejo algum tipo de desaceleração, pois tenho de acreditar que o impacto líquido de todo esse aperto acabará atingindo a economia com mais força do que tem atingido", disse Barkin em um Webcast da MNI. Ao mesmo tempo, ele afirmou que está menos otimista quanto à velocidade do declínio da inflação do que alguns outros.
"Ainda não se sabe se uma desaceleração que acalme a inflação exigirá mais de nós, e é por isso que defendi nossa decisão de manter os juros em nossa última reunião", disse.
Na semana passada, o Fed manteve sua taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,50%, onde está desde julho, e o chair do Fed, Jerome Powell, disse que não tem certeza se será ou não necessário um aperto maior.
O crescimento econômico surpreendeu a maioria dos analistas com sua força apesar dos aumentos agressivos da taxa de juros pelo Fed e, embora a inflação tenha caído em relação ao seu pico no ano passado, ela ainda está em 3,4% pela medida preferida do Fed, bem acima da meta de 2%.
A força da demanda, como a que impulsionou o crescimento anualizado de 4,9% do Produto Interno Bruto dos EUA no último trimestre, "não é uma boa combinação" com a redução da inflação, disse Barkin.
No entanto, em conversas com líderes empresariais e bancos, disse Barkin, está claro que a economia está desacelerando e o crédito está mais restrito, com mais impacto econômico ainda por vir.
Quanto aos cortes na taxa de juros, ele disse que "é preciso estar convencido de que a inflação está caminhando para a meta".
Em setembro, os autoridades de política monetária do Fed previram que a taxa básica terminaria o próximo ano em um patamar abaixo do atual.
Barkin disse que as expectativas do mercado, que atualmente precificam vários outros cortes nos custos de empréstimos no próximo ano, podem se basear em mais otimismo em relação à inflação, mas que as previsões de setembro do Fed são, por enquanto, o melhor guia para a provável "função de reação" do Fed.
(Reportagem de Ann Saphir)