Por Isabel Versiani
BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central atualizou as regras para reuniões dos diretores da autarquia com pessoas de fora da instituição, explicitando que encontros fechados para tratar de conjuntura devem ser destinados exclusivamente à coleta de informações de cenários econômicos por parte da autoridade monetária.
De acordo com as novas orientações, os diretores devem evitar o agendamento de reuniões para tratar de conjuntura com representantes de mais de uma empresa, mas, quando considerarem relevante fazê-lo, esses encontros devem ser preferencialmente em formato aberto. A forma como se dará essa abertura --se por transmissão ou com o acesso direto, por exemplo-- será definida caso a caso, disse o BC.
As declarações feitas pelos diretores nas reuniões com representantes do mercado devem se limitar ao que é colocado nas comunicações oficiais do BC.
Segundo a autarquia, as reuniões trimestrais de diretores do BC com economistas, quando são colhidas informações com grupos alternados de representantes de instituições financeiras e consultorias, não sofrerão mudanças.
A frequência de reuniões de diretores do BC com profissionais de algumas instituições chegou a causar desconforto mesmo entre a comunidade financeira, com relatos de que os preços dos ativos por vezes reagiram a conteúdo vazado discutido nos encontros. A demanda de alguns players era justamente que as reuniões passassem a ser públicas.
As novas regras determinam, ainda, que os diretores devem evitar marcar mais de uma reunião com a mesma pessoa ou instituição no intervalo de 30 dias e também devem evitar receber empresas ou pessoas físicas que tenham se reunido com outro diretor "em curto período" de tempo.
As novas regras visam "fortalecer a transparência e a comunicação com a sociedade", disse o BC em nota.