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BC deve manter Selic estável, mas pode reconhecer mudanças de cenário

Publicado 22.03.2023, 08:04
© Reuters. Sede do Banco Central, em Brasília
14/02/2023
REUTERS/Adriano Machado

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central deve manter a taxa básica de juros estável pela quinta vez consecutiva nesta quarta-feira, mas todos os olhos estarão voltados a como a autoridade monetária descreverá a evolução dos riscos para a inflação em meio a uma crise bancária global.

Todos os 30 economistas ouvidos pela Reuters projetam que a taxa Selic permanecerá em 13,75% ao ano, maior nível em seis anos. Muitos esperam que o BC cite desafios para a economia mundial, o que pode abrir espaço para que os cortes nas taxas comecem mais cedo do que se pensava.

"O Copom (Comitê de Política Monetária) deve manter a Selic, mas com uma redução do viés de piora em seu balanço de riscos", disse José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Fator, prevendo condições para um debate de afrouxamento monetário não na próxima reunião de maio, mas já em junho.

Se o tom do Banco Central for mais dovish (menos austero), poderá aliviar a intensa pressão pública que vem sofrendo por parte do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embora muitos vejam uma retórica política que dificilmente será deixada de lado.

Lula já pediu repetidamente que os custos dos empréstimos fiquem mais baixos, ressaltando na terça-feira que a taxa Selic atual é uma "irresponsabilidade". Mas, embora os preços ao consumidor anualizados tenham esfriado nos últimos meses, as expectativas de inflação pioraram desde a última reunião de política monetária do banco em fevereiro.

Por outro lado, fechamentos de bancos importantes nos EUA e a crise do Credit Suisse (SIX:CSGN) levantaram preocupações sobre a possibilidade de um problema mais grave no sistema financeiro global.

Como resultado, o mundo estará monitorando de perto as ações do Federal Reserve nesta quarta-feira para ver se o banco central dos EUA optará por continuar aumentando as taxas de juros.

"Os dados desde o último Copom foram ruins para a dinâmica inflacionária, mas a incerteza aumentou", disse o economista-chefe da XP (BVMF:XPBR31), Caio Megale, em nota a clientes.

Mesmo prevendo taxas inalteradas até o final do ano, Megale agora vê a possibilidade de cortes antecipados "dependendo da evolução dos choques financeiros e de como o Copom optar por administrar o equilíbrio entre desaceleração da atividade e convergência da inflação".

Economistas consultados pelo Banco Central em sua última pesquisa Focus projetam o afrouxamento monetário a partir de novembro, com a taxa Selic fechando o ano em 12,75%.

Essa estimativa permaneceu inalterada desde que o BC sinalizou que estava considerando manter a taxa mais alta por mais tempo do que as expectativas do mercado devido aos riscos fiscais, embora a curva do mercado de juros já aponte para uma primeira redução em junho.

No plano fiscal, tratado pelo BC como chave para o risco de inflação, o governo decidiu retomar parcialmente os impostos sobre os combustíveis, ajudando a melhorar as contas públicas e sustentando a possível redução dos juros. No entanto, a equipe econômica ainda não apresentou a prometida proposta de arcabouço fiscal.

As novas regras, consideradas cruciais após Lula ter aprovado no Congresso um pacote multibilionário que flexibilizou o teto de gastos para elevar despesas neste ano, só devem ser reveladas após o retorno do presidente de viagem à China, marcada para 26 a 30 de março, frustrando expectativas de que isso aconteceria mais cedo.

A espera do arcabouço acontece em meio a preocupações apresentadas por políticos do PT sobre um modelo que limite gastos públicos, diante de temores de que o ajuste fiscal possa prejudicar um governo eleito com promessas sociais significativas em uma disputa presidencial acirrada.

Uma fonte do Ministério da Fazenda, falando anonimamente, afirmou que há "intenso fogo amigo", enfatizando o "baixo custo e alto retorno político" de resistir ao controle de gastos, sinalizando que aprovar um quadro fiscal robusto será uma tarefa difícil.

Ao mesmo tempo, também crescem as dúvidas sobre uma possível crise de crédito, influenciada pela crise da varejista Americanas, embora o BC já tenha dito que não compartilha dessa visão.

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