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BC defende “atuação firme” para baixar inflação enquanto diretores divergem sobre dinâmica de preços

Publicado 26.09.2023, 08:18
© Reuters. Edifício do Banco Central, em Brasília
22/03/2022
REUTERS/Adriano Machado

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central defendeu uma "atuação firme" para reduzir as expectativas de inflação, de acordo com a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada nesta terça-feira, que também apontou uma divergência entre diretores da autoridade monetária em relação à dinâmica de preços, principalmente no setor de serviços.

Na reunião do Copom da semana passada, segundo a ata, foi mencionado que embora haja uma evolução benigna dos preços correntes, as expectativas de inflação seguem acima da meta e são fator de preocupação, com alguns diretores do BC se mostrando "particularmente preocupados" com a possibilidade de se observar uma desancoragem por período longo.

"Alguns membros enfatizaram em particular a composição benigna recente da inflação e a queda na inflação de serviços, enquanto outros enfatizaram que os fundamentos subjacentes para a dinâmica da inflação de serviços, em particular a resiliência da atividade econômica e do mercado de trabalho, ainda não permitem extrapolar com convicção o comportamento benigno recente", disse.

Ao debater o fato de as expectativas estarem acima da meta, o Comitê avaliou que entre as possíveis razões estariam as preocupações no âmbito fiscal, receios com a desinflação global e a possível percepção por parte de analistas de que o Copom poderia se tornar mais leniente no combate à inflação.

"O Comitê avalia que a redução das expectativas virá por meio de uma atuação firme, em consonância com o objetivo de fortalecer a credibilidade e a reputação tanto das instituições como dos arcabouços econômicos", afirmou.

O BC decidiu na semana passada fazer um novo corte de 0,50 ponto percentual na Selic, a 12,75% ao ano, e afirmou que sua diretoria antevê reduções equivalentes nas próximas reuniões, em comunicado que voltou a incorporar alerta sobre a questão fiscal e apresentou projeções piores da autoridade monetária para a inflação.

De acordo com a ata, a elevação das projeções do BC para a inflação futura se justificou pela visão de que houve um aperto no hiato do produto -- margem que a atividade do país tem para crescer até atingir sua capacidade máxima -- acompanhado de elevação da cotação do petróleo, depreciação cambial e redução da percepção de mercado sobre a trajetória da Selic.

O documento apontou que a decisão de cortar a taxa básica em 0,50 ponto e manter esse ritmo nas próximas reuniões conjuga firme compromisso com a reancoragem de expectativas e a dinâmica desinflacionária e, de outro lado, o ajuste no nível de aperto monetário em termos reais.

"Não há evidência de que esteja em curso um aperto além do que seria necessário para a convergência da inflação para a meta e que o cenário ainda inspira cautela", disse, reafirmando ser pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de ajustes, já que isso exigiria surpresas positivas substanciais.

CRESCIMENTO RESILIENTE

Na reunião, houve "amplo debate" sobre os motivos de o Brasil ter registrado crescimento econômico mais resiliente nos últimos trimestres. Foram citados como possibilidades um efeito indireto da pujança do agronegócio sobre outros setores e, com maior destaque, a elevação de renda disponível diante do dinamismo do mercado de trabalho, do recuo de preços de alimentos e de programas sociais.

A ata também mencionou como fatores a possibilidade de um nível mais elevado da taxa de juros neutra (que não estimula nem retrai a economia) e a chance de o crescimento potencial da economia ter se elevado.

"Ainda que julgue nesse momento prematuro reavaliar o crescimento potencial, o Comitê pondera que a persistência de um crescimento resiliente nos próximos trimestres sem impacto inflacionário pode, no futuro, levar a uma reavaliação do crescimento potencial", disse.

© Reuters. Edifício do Banco Central, em Brasília
22/03/2022
REUTERS/Adriano Machado

Pela análise do BC, as políticas monetárias restritivas dos países avançados têm sido fundamentais para conter a inflação mundial, facilitando o controle da alta nos preços dos países emergentes, mas o movimento tende a impactar ativos domésticos e levar a uma desinflação interna mais lenta no curto prazo.

Segundo o documento, o Copom ainda reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos negativos sobre a potência da política monetária.

A ata apontou que também foram mencionados na reunião do Copom os riscos, parcialmente incorporados no cenário de referência para a inflação, relacionados ao fenômeno climático El Niño.

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