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BC vê incerteza maior sobre meta fiscal e defende busca firme pelo objetivo, mostra ata

Publicado 07.11.2023, 08:17
Atualizado 07.11.2023, 09:45
© Reuters. Sede do Banco Central, em Brasília
22/03/2022
REUTERS/Adriano Machado

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central observa maior incerteza sobre a capacidade do governo em cumprir as metas fiscais estabelecidas e defende que os objetivos para as contas públicas sejam buscados com firmeza, de acordo com a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada nesta terça-feira, em meio a debate no governo e no Congresso sobre um eventual afrouxamento do alvo para 2024.

"O Comitê vinha avaliando que a incerteza fiscal se detinha sobre a execução das metas que haviam sido apresentadas, mas nota que, no período mais recente, cresceu a incerteza em torno da própria meta estabelecida para o resultado fiscal, o que levou a um aumento do prêmio de risco", apontou o documento.

"Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas", acrescentou.

As avaliações do BC vieram após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizer no fim de outubro que a meta fiscal de 2024 não precisa ser zero e que o objetivo dificilmente será alcançado. Em seguida, na véspera da reunião do Copom da semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não respondeu se a meta de déficit zero para 2024 será mantida.

No documento, o Copom acrescentou a possibilidade de um eventual esmorecimento na disciplina fiscal como fator que pode elevar os juros neutros da economia -- que não estimulam nem contraem a atividade. A elevação dessa taxa, para o BC, teria impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo da desinflação para a atividade.

O BC decidiu na última quarta-feira fazer um terceiro corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 12,25% ao ano, e afirmou que sua diretoria antevê reduções equivalentes nas próximas reuniões.

A ata da reunião divulgada nesta terça mostra que o Comitê analisou vários cenários e seus efeitos sobre a estratégia e a extensão do ciclo de flexibilização monetária.

"Optou-se por manter a comunicação recente, que já embute a condicionalidade apropriada em um ambiente incerto, especificando o curso de ação caso se confirme o cenário esperado", disse.

AMBIENTE ADVERSO

Na ata, o Copom repetiu o comunicado da semana passada ao afirmar que o cenário internacional está adverso, com um de seus membros avaliando que o ambiente externo introduz um viés assimétrico de alta no balanço de riscos para a inflação --que atualmente está equilibrado entre fatores de alta e baixa para os preços.

Diante da discussão, os demais membros avaliam que o cenário internacional afeta o grau de incerteza sobre o balanço de riscos, o que fez o BC incluir no texto um alerta de que a conjuntura exige cautela na condução da política monetária.

A autarquia ainda debateu os canais de transmissão da taxa de juros norte-americana para a economia brasileira, apontando efeitos via diferença do patamar de juros entre Brasil e Estados Unidos, demanda externa, taxa neutra de juros e preço das commodities.

O BC afirmou que o impacto de juros mais elevados nos Estados Unidos pode se dar sobre a dívida soberana de países emergentes e no crédito privado, bem como sobre o câmbio, que tem efeito direto na inflação.

O documento ponderou que apesar da gravidade dos acontecimentos, como o conflito no Oriente Médio e o movimento substancial nos preços de ativos internacionais, a taxa de câmbio e o preço do petróleo tiveram variações até o momento moderadas.

Para o Copom, ainda há um caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta, o que exige serenidade e moderação na condução da política monetária.

"O Comitê percebe a necessidade de se manter uma política monetária ainda contracionista pelo horizonte relevante para que se consolide a convergência da inflação", disse.

Em relação à atividade doméstica, o BC afirmou que segue antecipando uma desaceleração ao longo do segundo semestre, mencionando que dados recentes sugerem perda de dinamismo no setor de serviços, estabilidade na indústria e aumento de estoque em vários setores.

© Reuters. Sede do Banco Central, em Brasília
22/03/2022
REUTERS/Adriano Machado

Os membros do Copom julgaram ser importante seguir monitorando com "bastante atenção" as variáveis do mercado de trabalho, que tem mostrado queda na taxa de desocupação e níveis elevados de contratação formal e alguma alta nos ganhos reais dos trabalhadores.

O BC afirmou que prossegue a evolução benigna do cenário corrente de inflação, destacando que foram esgotadas algumas fontes que contribuíram para o primeiro estágio da desinflação, como preços no atacado, de bens industriais e de commodities.

O documento também reafirmou que as expectativas para a inflação à frente seguem desancoradas e são fator de preocupação.

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