Por John Whitesides
DETROIT (Reuters) - Joe Biden, pré-candidato presidencial democrata favorito nas eleições dos Estados Unidos, e a rival Kamala Harris farão uma reprise do encontro explosivo do mês passado na segunda rodada de debates, nesta quarta-feira, quando um Biden reenergizado promete uma abordagem mais agressiva.
Na segunda noite consecutiva de debates democratas, Biden será flanqueado por Harris e por Cory Booker, senadores que são os concorrentes negros mais proeminentes em uma corrida pela nomeação democrata na qual a questão racial vem desempenhando um papel destacado.
Sete outros pré-candidatos, incluindo Julian Castro, ex-secretário da Habitação, Jay Inslee, governador de Washington, e a senadora Kirsten Gillibrand, se unirão a eles em um palco de Detroit em busca de um momento decisivo que dê ímpeto às suas campanhas.
Na noite de terça-feira, Bernie Sanders e Elizabeth Warren defenderam repetidamente suas propostas progressistas sob fogo cerrado de adversários mais moderados, que argumentaram que seus planos de oferecer assistência de saúde universal, combater a mudança climática e descriminalizar as travessias ilegais na fronteira prejudicariam os democratas nas urnas no ano que vem, na primeira noite da segunda rodada de debates.
Os cerca de duas dúzias de postulantes vêm disputando atenção e apoio financeiro na corrida democrata para escolher o desafiador do presidente Donald Trump, um republicano, na eleição de novembro de 2020.
Biden não se destacou na primeira rodada de debate, mas deve ser o foco da segunda.
O ex-vice-presidente está envolvido há semanas em uma batalha crescente com Harris e Booker pelo voto negro, um eleitorado vital na disputa pela nomeação democrata.
Biden admitiu que foi pego de surpresa no mês passado quando Harris o criticou por se opor ao uso do transporte escolar na integração racial nos anos 1970, uma exigência federal, e por trabalhar com segregacionistas quando atuava no Senado dos EUA décadas atrás.
O ataque contundente impulsionou Harris nas pesquisas eleitorais, e a reação tímida de Biden enfraqueceu sua posição. No entanto, ele se recuperou em algumas sondagens recentes e ainda está firme no primeiro lugar, graças ao apoio firme dos eleitores negros.
Booker, que não participou do último debate com Biden, intensificou seus ataques. Ele qualificou Biden como "o arquiteto do encarceramento em massa" durante a convenção da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor em Detroit na semana passada, uma referência ao trabalho de Biden como senador no projeto de lei criminal de 1994 que críticos dizem ter levado ao aprisionamento desproporcional de homens afro-norte-americanos.