Por Richard Cowan e Andy Sullivan
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, obteve sua primeira vitória legislativa quando a Câmara dos Deputados aprovou, no começo deste sábado, o pacote de ajuda contra o coronavírus proposto por ele, no valor de 1,9 trilhão de dólares, embora os democratas enfrentem desafios em suas esperanças de recorrer ao projeto para aumentar o salário mínimo.
Os democratas, que controlam a Câmara, aprovaram a medida por uma votação majoritariamente partidária de 219 a 212 e a enviaram ao Senado, onde planejaram uma manobra legislativa para permitir que a aprovem sem o apoio dos republicanos.
O plano de resgate bancaria vacinas e suprimentos médicos e disponibilizaria uma nova rodada de ajuda financeira de emergência para famílias, pequenas empresas e governos estaduais e locais.
Os itens mais caros do projeto de lei incluem pagamentos diretos de 1.400 dólares a indivíduos, um seguro-desemprego federal de 400 dólares por semana até 29 de agosto e ajuda para aqueles em dificuldade para pagar aluguéis e hipotecas durante a pandemia.
Os democratas disseram que o pacote é necessário para combater uma pandemia que matou mais de 500 mil norte-americanos e deixou milhões desempregados.
"O povo norte-americano precisa saber que seu governo está ao seu lado", disse a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, em debate no plenário da Câmara.
Os republicanos, que apoiaram amplamente os gastos anteriores contra a Covid-19, disseram que grande parte do pacote atual não era necessário, destacando elementos como um metrô perto do distrito de San Francisco, representado por Pelosi. Apenas 9% do total iria diretamente para o combate ao vírus, disseram.
"Isso simplesmente joga dinheiro fora sem responsabilidade", disse o líder republicano da Câmara, Kevin McCarthy.
A votação na Câmara foi um primeiro teste bem-sucedido para os democratas, que detêm uma maioria estreita de 221 a 211 na Câmara. Progressistas e moderados no partido, que muitas vezes estão em desacordo, enfrentarão batalhas mais difíceis pela frente nas iniciativas de imigração e mudança climática que Biden deseja promover.
O presidente concentrou suas primeiras semanas no cargo em lidar com a maior crise de saúde pública dos Estados Unidos em um século, que mudou muitos aspectos da vida norte-americana.
Os democratas pretendem que o projeto de lei seja sancionado por Biden antes de meados de março, quando o aumento do seguro-desemprego e alguns outros tipos de ajuda expirarão.
O texto agora segue para o Senado, onde a vice-presidente, a democrata Kamala Harris, pode ter de votar pelo desempate em uma Casa onde os republicanos controlam 50 cadeiras e os democratas e seus aliados controlam as outras 50.