WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, divulgará sua proposta de Orçamento para o próximo ano fiscal em 9 de março, informou a Casa Branca nesta terça-feira, estabelecendo um prazo antes de sua reunião com o presidente da Câmara dos Deputados e líder do Partido Republicano na quarta-feira para discutir os gastos públicos.
Biden pedirá a Kevin McCarthy que mostre um plano orçamentário na reunião e se comprometa a cumprir as obrigações da dívida do país, de acordo com um memorando da Casa Branca visto pela Reuters.
McCarthy e seus colegas conservadores, que conquistaram com margem apertada o controle da Câmara em novembro, ameaçam bloquear um aumento regular do limite da dívida do país, a menos que Biden prometa cortar gastos. Biden disse que qualquer negociação sobre gastos previamente aprovados, que geralmente são apoiados em uma base bipartidária, não poderia ser considerada.
Os republicanos ainda não chegaram a um acordo sobre como os gastos fiscais devem ser cortados nem firmaram parâmetros para o Orçamento de 2023.
A Casa Branca aproveitou a falta de consenso na oposição para destacar propostas marginais de alguns republicanos, incluindo uma que abole a receita federal do país em favor de um imposto sobre vendas mais alto e outra que reduz os benefícios de aposentadoria da Seguridade Social.
Questionado sobre qual será sua mensagem para McCarthy, Biden disse a repórteres na segunda-feira: "Mostre-me seu Orçamento, eu mostrarei o meu".
McCarthy respondeu com uma advertência a Biden para não descartar as negociações antes da reunião na Casa Branca.
"A primeira coisa que eles deveriam fazer, especialmente como presidente dos Estados Unidos: dizer que está disposto a sentar e encontrar um terreno comum e negociar conjuntamente", disse McCarthy nesta terça-feira.
Embora o presidente possa propor um plano orçamentário, ambas as casas do Congresso devem aprovar qualquer legislação sobre gastos. Os colegas democratas de Biden controlam com pequena vantagem o Senado, onde os projetos de lei precisam de 60 votos para serem aprovados. A Câmara precisa de maioria simples para aprovar esses projetos; McCarthy descartou cortes na Seguridade Social e no Medicare, os dois maiores programas de benefícios.
(Reportagem de Trevor Hunnicutt, David Morgan, Nandita Bose)