Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - Os bispos italianos pediram nesta quinta-feira que as missas não sejam realizadas de segunda-feira a sábado em regiões do norte do país afetadas pelo surto de coronavírus, uma medida que se acredita ser inédita.
A Itália é o país europeu mais atingido até agora pelo surto de coronavírus. A suspensão das missas não ocorreu nem quando a peste negra atingiu Milão no século 17.
Um comunicado da conferência episcopal pontuou que as missas estavam canceladas de segunda a sábado em igrejas na região da Lombardia, Veneto e Emilia-Romagna, bem como nas províncias de Savona, na região da Liguria, e em Pesaro e Urbino, na região de Marche.
O informe não mencionou missas no domingo, quando, segundo a doutrina da Igreja, os católicos são obrigados a comparecer à missa, a menos que estejam doentes.
A medida ocorre durante o período da Quaresma, quando mais católicos vão à missa durante a semana do que em outras épocas do ano.
O governo italiano ordenou o fechamento de cinemas e teatros e disse aos italianos para não apertarem as mãos ou se abraçarem. Escolas e universidades estão fechadas até 15 de março.
O número de mortos por coronavírus na Itália chegou a 107 na quarta-feira, enquanto o número acumulado de casos totalizou quase 3.090.
Diversas conferências que ocorreriam nos próximos meses com a participação do papa Francisco foram adiadas.
O Vaticano informou que o papa de 83 anos, que cancelou um retiro da Quaresma pela primeira vez em seu papado, está atualmente com um resfriado "sem sintomas relacionados a outras patologias".