KIEV (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, visitou Kiev nesta quarta-feira, em um gesto de apoio à Ucrânia, à medida que sua contraofensiva de três meses diante das forças russas continua com apenas pequenos ganhos.
Durante a visita de dois dias, Blinken provavelmente anunciará um novo pacote de assistência dos Estados Unidos em tempo de guerra no valor de mais de 1 bilhão de dólares, disse um autoridade de alto escalão do Departamento de Estado aos repórteres durante a viagem.
Blinken, a primeira autoridade graduada dos EUA a visitar Kiev desde o início da contraofensiva no começo de junho, conversou com o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, e deve se encontrar com o presidente Volodymyr Zelenskiy, segundo a autoridade.
"Queremos garantir que a Ucrânia tenha o que precisa, não apenas ter sucesso na contraofensiva, mas também ter o que precisa a longo prazo, para garantir que tenha um forte poder de dissuasão", disse Blinken ao lado de Kuleba.
"Também estamos determinados a continuar a trabalhar com nossos parceiros à medida que eles constroem e reconstroem uma economia forte, uma democracia forte."
Autoridades norte-americanas disseram, segundo a mídia, que a contraofensiva ucraniana tem sido muito lenta e prejudicada por táticas ruins - críticas que irritaram as autoridades ucranianas e levaram Kuleba a dizer aos críticos para "calarem a boca".
A Ucrânia retomou mais de uma dúzia de vilarejos e pequenos assentamentos em sua ofensiva. Mas o avanço em direção ao território controlado pela Rússia foi retardado por campos minados e trincheiras, e os ataques aéreos russos continuaram em toda a Ucrânia, com Kiev sendo atacada poucas horas antes da chegada de Blinken.
Autoridades norte-americanas não criticaram publicamente as táticas militares da Ucrânia e, na semana passada, disseram ter visto um notável progresso ucraniano nas 72 horas anteriores de seu avanço no sudeste do país.
A fonte do Departamento de Estado afirmou que Washington quer discutir como a contraofensiva está indo e avaliar as necessidades do campo de batalha, bem como quaisquer medidas que possam ser necessárias para reforçar a segurança energética da Ucrânia antes do inverno.
"Acho que o mais importante é obtermos uma avaliação real dos próprios ucranianos", disse a autoridade. "Queremos ver e ouvir como eles pretendem avançar nas próximas semanas."
Questionado sobre a visita de Blinken, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que Moscou acredita que Washington planeja continuar financiando os militares da Ucrânia "para travar essa guerra até o último ucraniano". Ele disse que a ajuda dos EUA a Kiev não afetaria o curso da "operação militar especial" da Rússia.
(Reportagem de Humeyra Pamuk em Washington; reportagem adicional de Tom Balmforth em Kiev)