Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro acusou nesta sexta-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS) de atuar de forma política e ameaçou retirar o Brasil da entidade, seguindo decisão tomada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A manifestação de Bolsonaro ocorre uma semana após Trump ter anunciado o rompimento dos EUA com a OMS, após acusar a organização de atuar para favorecer a China.
"Adianto aqui: os Estados Unidos saíra, da OMS, a gente estuda no futuro, ou a OMS trabalha sem o viés ideológico ou a gente vai estar fora também. Não precisamos de gente lá de fora dar palpite na saúde aqui dentro", disse Bolsonaro em entrevista na porta do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro também citou na entrevista o fato de a OMS ter voltado atrás nesta semana na decisão de interromper seus testes com a cloroquina no tratamento de Covid-19, e relacionou a decisão com o corte de financiamento pelos EUA.
Contudo, a OMS voltou atrás sobre os testes com a cloroquina após uma revisão feita pela revista científica The Lancet em artigo que havia apontado riscos no uso do medicamento, depois que os autores do estudo reconheceram possíveis problemas com dados usados no levantamento.
Bolsonaro e Trump são defensores do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para tratar a Covid-19, apesar da falta de eficácia comprovada.