BRASÍLIA (Reuters) - Em visita à Ceagesp nesta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, em dois discursos, que o entreposto comercial não será privatizado enquanto ele estiver na Presidência.
"Falaram em privatização. Eu quero dizer a vocês que enquanto eu for presidente essa é a casa de vocês. Queriam privatizar para algum amiguinho se dar bem", discursou Bolsonaro. Mais cedo, em outra fala, afirmou que "nenhum rato vai sucatear isso aqui para vender para os amigos".
A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo. (Ceagesp) é uma estatal federal. Localizada em uma área central, na zona oeste de São Paulo, sua privatização estava nos planos do governador de São Paulo, João Doria, hoje maior inimigo político de Bolsonaro, mas também estava na lista de estatais preparada pelo Ministério da Economia para serem privatizadas até 2021.
A proposta de Doria, acertada com o então secretário de Desestatização do governo federal, Salim Mattar --que deixou o governo em agosto-- previa a entrega da Ceagesp para ser administrada pela iniciativa privada e a mudança para um outro terreno. No local do atual entreposto, Doria pretendia construir um centro para atrair empresas de tecnologia e inovação.
De acordo com dados do governo federal, a Ceagesp foi incluída na lista de privatizações em outubro de 2019, mas o processo não andou, assim como a maior parte da lista proposta pelo Ministério da Economia.
No início deste mês, depois da reunião do Conselho do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), o governo apresentou a nova lista de 115 projetos de concessão e ativos a serem vendidos. A Ceagesp ficou de fora.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)