BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que as Forças Armadas não aceitarão "um julgamento político para destituir um presidente democraticamente eleito", repetindo teor de nota divulgada na sexta-feira.
"Nós, militares das Forças Armadas, e eu também sou militar, somos os verdadeiros responsáveis pela democracia em nosso país", disse Bolsonaro em entrevista à rádio e TV BandNews.
"Nós jamais cumpriríamos ordens absurdas, mas também jamais aceitaríamos um julgamento político para destituir um presidente democraticamente eleito", acrescentou o presidente.
A declaração desta segunda-feira, assim como a nota de sexta --que foi assinada também pelo vice-presidente Hamilton Mourão e pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo--, vem em meio ao julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) das primeiras duas ações contra a chapa Bolsonaro-Mourão, vitoriosa nas eleições de 2018.
Bolsonaro enfrenta ainda no Supremo Tribunal Federal um inquérito que investiga a possível tentativa de interferência na Polícia Federal. Além disso, há dezenas de pedidos de impeachment, sempre tratado como um julgamento político-jurídico, contra o presidente no Congresso.
O presidente voltou a criticar o julgamento das ações pelo TSE e a operação, dentro de um inquérito do Supremo sobre fake news, que teve como alvo aliados dele.
Por outro lado, Bolsonaro disse que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, não foi muito prudente em participar de manifestação domingo em Brasília.
(Reportagem de Ricardo Brito)