(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro apresenta contínua melhora 48 horas após ter passado por cirurgia para correção de uma hérnia, e vai retomar a Presidência a partir de quinta-feira, apesar de ainda não ter uma previsão de alta, disseram os médicos responsáveis e o porta-voz da Presidência nesta terça-feira.
Segundo o boletim do hospital Vila Nova Star, em São Paulo, Bolsonaro permanece afebril e dormiu bem e acordou disposto.
"O paciente seguirá com estímulo de caminhada pelo corredor e poderá tomar banho de chuveiro. Serão mantidas medidas de prevenção de trombose venosa profunda. As visitas continuarão restritas", disseram os médicos.
De acordo com o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, a alta de Bolsonaro vai ocorrer no momento que os médicos considerarem adequado que o presidente possa viajar de volta para Brasília, sem a necessidade de permanecer em São Paulo.
Bolsonaro voltará a exercer a Presidência da República, que está interinamente a cargo do vice-presidente Hamilton Mourão, a partir de quinta-feira, conforme previsto, mesmo que precise permanecer hospitalizado mais dias, acrescentou o porta-voz.
"Posso adiantar-lhes com muita clareza, com muita firmeza de propósito, com muita esperança, que o presidente a partir de quinta-feira, estará novamente exercendo, se não na plenitude, mas estará exercendo o cargo de chefe do Poder Executivo em condições de liderar o país, mesmo daqui do hospital", disse Rêgo Barros em entrevista coletiva no hospital.
Bolsonaro disse na segunda-feira, em vídeo gravado no hospital, que voltaria ao trabalho nesta terça. Segundo o porta-voz, não há, no entanto, nenhuma visita agendada para este dia. Na segunda-feira, o presidente recebeu as visitas de Mourão e do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Bolsonaro, de 64 anos, foi operado no domingo para correção de uma hérnia incisional no abdômen, em um procedimento considerado bem-sucedido pelos médicos, mas que durou mais do que o previsto pelo fato de o intestino ter novamente aderido na parede abdominal.
A cirurgia foi a quarta que Bolsonaro precisou fazer na região abdominal em função de uma facada que levou em setembro do ano passado, durante evento da campanha eleitoral na cidade mineira de Juiz de Fora.
Logo após o atentado, o então candidato precisou passar por uma delicada cirurgia de emergência por causa de ferimentos nos intestinos grosso e delgado e em uma veia abdominal, ainda em um hospital da cidade mineira.
Depois, Bolsonaro passou por uma segunda cirurgia para desobstrução intestinal, em São Paulo, onde também foi operado em janeiro deste ano, já como presidente, para retirada de uma bolsa de colostomia e reconstrução do trato intestinal.
Na segunda-feira, o porta-voz da Presidência disse que está mantida a previsão de viagem de Bolsonaro a Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU em 24 de setembro, diante da boa recuperação apresentada por ele.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)