Por Natalia A. Ramos Miranda
SANTIAGO (Reuters) - O novo presidente do Chile, Gabriel Boric, ressaltou suas credenciais ambientais nesta sexta-feira, assinando a participação do país no Acordo de Escazu da Organização das Nações Unidas, uma mudança radical de postura em relação ao governo anterior, que não apoiou o pacto.
O Chile, principal produtor de cobre do planeta, promoveu inicialmente o tratado, focado em acesso à informação e justiça ambiental na América Latina e no Caribe, mas se recusou a assinar o documento, com a justificativa de que ele poderia gerar incertezas jurídicas.
Mas Boric, que tomou posse neste mês substituindo o presidente de centro-direita Sebastián Piñera, prometeu tomar uma postura firme em relação às regulações ambientais e às mudanças climáticas.
"Esse acordo representa um marco no caminho a uma nova relação entre Estado e seus habitantes em assuntos ambientais", disse Boric.
A medida ainda precisa ser aprovada pelo Congresso.
O tratado, assinado em 2018 por muitos países da região, incluindo Argentina, México e Brasil, entrou em vigor em abril do ano passado com o objetivo de proteger os direitos das pessoas "a viver em um ambiente saudável e ao desenvolvimento sustentável".
Isso inclui o acesso a informações ambientais, algo potencialmente importante em países como o Chile, onde questões sobre uso de água por empresas de cobre e lítio e o impacto da mineração em geleiras podem ter importantes impactos às atividades empresariais.
(Reportagem de Natalia Ramos)