Por Gabriel Ponte
BRASÍLIA (Reuters) - O Tesouro Nacional captou nesta segunda-feira um total de 3 bilhões de dólares no mercado externo com duas operações: o lançamento do novo título Global 2050, com o qual levantou aproximadamente 2,5 bilhões de dólares, e a reabertura do Global 2029, no valor de 500 milhões de dólares.
O bônus com vencimento em 2050 foi emitido com cupom de 4,75% e preço de 97,441% do valor de face, gerando uma taxa de retorno de 4,914% para o investidor, o que corresponde a um spread de 265 pontos-base sobre o Treasury de prazo similar.
O título com vencimento em 2029 saiu a uma taxa de 3,809% (cupom de 4,500%), com spread de 203 pontos-base acima do título norte-americano.
A demanda superou o volume ofertado em três vezes, no caso do Global 2050. O Global 2029 teve procura cinco vezes acima da quantidade ofertada, segundo o Tesouro. A operação foi liderada pelos bancos BNP Paribas (PA:BNPP), Citibank e Goldman Sachs & Co.
Também nesta segunda-feira, o governo recomprou cerca de 1 bilhão de dólares em títulos emitidos anteriormente, em operação que será detalhada na terça-feira e que foi financiada por recursos captados na emissão desta segunda do Global
2050.
Em nota divulgada mais cedo, o Tesouro afirmou que o objetivo da operação casada era "melhorar a eficiência e consolidar benchmarks da curva denominada em dólares".
Após o anúncio do resultado da emissão, o Tesouro avaliou que as taxas pagas pelo país já estão muito próximas às praticadas por economias com grau de investimento. O Brasil perdeu o selo de bom pagador concedido pelas agências de classificação de risco em 2015.
A última emissão externa do país havia acontecido em março, quando o Tesouro captou 1,5 bilhão de dólares com a emissão do Global 2029, ao spread divulgado à época de 215,8 pontos-base.