BRASÍLIA (Reuters) - O aumento de casos do novo coronavírus fora da China, epicentro da epidemia, fez o Brasil mudar os critérios e decidir ampliar, a partir de agora, a vigilância sobre a doença respiratória para pessoas provenientes de 8 países asiáticos, informaram autoridades do Ministério da Saúde em entrevista coletiva nesta sexta-feira.
Agora, além da China, aqueles casos suspeitos de pessoas que tenham vindo do Japão, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Singapura, Vietnã, Tailândia e Camboja serão monitorados mais de perto pelo Brasil.
Em uma apresentação divulgada durante a entrevista, o ministério citou, para justificar a mudança, um aumento de 14% no número de casos novos fora da China em apenas um dia --um total de 149 casos. Mencionou ainda que a Coreia do Sul, entre os dias 20 e 21 de fevereiro, reportou mais de 100 novos casos à Organização Mundial da Saúde e instituiu a quarentena para mais de 9 mil pessoas. Lembrou ainda que no Carnaval há um fluxo maior de entradas e saídas e que há a necessidade de uma vigilância mais sensível.
Na entrevista, o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Wanderson de Oliveira, disse que tem havido uma transmissão da doença mais intensa fora do território chinês. Ele destacou que, embora não haja voos diretos desses países para o Brasil, decidiu-se ampliar a vigilância para esses países da região. Ele afirmou que isso vai acarretar uma maior capacidade de detecção de possíveis casos suspeitos.
"Elas (as pessoas vindas dessas regiões) deverão ter um nível de vigilância mais forte", disse o secretário-executivo do ministério, João Gabbardo. "Vamos ter mais atenção a essas pessoas, o resto não muda nada", completou.
APENAS UM CASO SUSPEITO
Assim como na véspera, o Brasil registra um único caso de suspeita de infecção pelo novo coronavírus sem nenhum caso confirmado da doença detectado no país, segundo o balanço divulgado pelo ministério nesta sexta.
O único caso sob investigação é no Rio de Janeiro --na véspera também havia apenas um caso suspeito no país, já descartado, mas em São Paulo. Ao todo, o ministério já descartou 51 casos suspeitos da doença.
A epidemia do novo coronavírus --que tem como epicentro a China --já matou e infectou milhares de pessoas, em sua imensa maioria da China.
(Reportagem de Ricardo Brito)