A procura por financiamento voltou a subir no Brasil na comparação mensal, mas caiu 15% em janeiro em relação ao mesmo mês de 2023. No confronto com dezembro, o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), que mede mensalmente o número de solicitações de financiamentos nos segmentos de varejo, bancos e serviços, cresceu 2%.
A expansão do indicador em janeiro ante dezembro foi puxada pela demanda por crédito no setor de bancos e financeiras, cuja taxa apresentou queda de 2%, depois de ter cedido 23%.
Já o recuo do INDC no primeiro mês de 2024 em relação a janeiro de 2023 deveu-se principalmente à retração de 40% registrada no varejo. A busca por crédito em bancos e outras financeiras recuou 2%, enquanto o segmento de serviços foi o único que registrou um aumento, de 24%, da procura.
A despeito da queda na demanda por crédito no varejo, o setor continua ditando o ritmo do cenário geral, diz Natália Heimann, head de produtos Analytics da Neurotech e responsável pelo INDC. Desta forma, diz, o segmento impediu uma recuperação mais robusta em relação a dezembro e, principalmente, intensificou a baixa quando feita a comparação anual.
"O período de incerteza da economia brasileira, que se recupera a passos curtos no momento, e as contas de início de ano não estimulam o consumo", explica. Este ambiente atinge o INDC de forma considerável, diz. Isso só deve mudar para o varejo, principalmente, se a taxa de juro, a Selic, continuar em trajetória de queda.
Abertura
No segmento varejista, quase todas as categorias apresentaram queda em janeiro em relação a igual mês de 2023: Lojas de Departamento (-65%), Eletro/Móveis (-61%), Vestuário (-51%) e Outros (-17%). O único a registrar alta, de 3%, foi o setor de Supermercados. No confronto com dezembro do ano passado, houve recuo em todos os componentes do INDC: Vestuário, Lojas de Departamento, Outros, Supermercado e Eletro/Móveis.