No momento em que o governo estuda incentivos fiscais à indústria automotiva para baratear o preço dos automóveis, a presidente da Caixa, Rita Serrano, afirmou que o banco estuda formas de melhorar a linha de crédito já existente voltada à compra de carros. A ideia seria expandir o financiamento para além dos clientes da Caixa, hoje o público do programa.
Rita Serrano e a presidente do Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), Tarciana Medeiros, tiveram nesta sexta-feira, 26, uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma espécie de prestação de contas que têm feito periodicamente ao petista e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
De acordo com a presidente da Caixa, o crédito para compra de carros não foi tema da reunião com Lula, mas é negociado internamente no banco. "Estamos estudando como melhorar o produto, mas a Caixa já tem essa operação de financiamento de carro", afirmou a dirigente após o encontro no Palácio do Planalto.
A política de juros adotada pelos bancos públicos brasileiros foi defendida pela presidente da Caixa, que reiterou praticar as menores taxas de juros possíveis dentro das regulamentação bancária, que não permite prejuízo às operações.
"Com essa taxa de juros definida pelo BC, não temos muita mobilidade, não temos como baixar juros", afirmou Rita Serrano. "O que podemos fazer nas regras da regulamentação bancária, estamos fazendo, praticando as menores taxas", acrescentou.
Uma das pautas da reunião com Lula foi o ganho de espaço das mulheres na nova estrutura da Caixa. Hoje, o conselho de administração do banco elegeu Maria Cristina Farah para a vice-presidência de Negócios de Varejo, e Lucíola Aor Vasconcelos para a de Agente Operador.
"A Caixa se torna, a partir de hoje, o único banco brasileiro, um dos poucos no mundo, e uma das poucas empresas brasileiras, que vai ter na sua direção a maioria de mulheres", comemorou Rita Serrano.
A presidente da Caixa ainda anunciou que, na semana que vem, os dirigentes do banco vão publicar um compromisso contra o assédio. Trata-se de nova medida de governança após a série de denúncias de assédio sexual e moral na gestão de Pedro Guimarães, que foi demitido da presidência da Caixa após o escândalo estourar e parar na Justiça.