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(Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na tarde desta terça-feira, em evento no Marrocos, que os governos precisam começar a enfrentar a questão fiscal, que está afetando mesmo as economias avançadas, caso contrário poderá ocorrer uma perturbação nos mercados.
"Os governos precisam começar a abordar a questão fiscal. Acho que estamos muito coordenados na política monetária. Não estamos muito coordenados na política fiscal. Acho que isso está começando a afetar até mesmo as economias desenvolvidas", pontuou Campos Neto.
"E se não formos capazes de resolver isso de forma que as pessoas olhem para o futuro em termos de preços de mercado e vejam que teremos um equilíbrio, pelo menos a médio prazo, pode haver um distúrbio nos mercados antes de alcançarmos o processo de desinflação", acrescentou.
Campos Neto fez ainda um histórico recente dos desafios das economias a partir do evento da pandemia de Covid-19.
Ao tratar da inflação global, ele citou que existe atualmente um processo de desinflação, mas disse por outro lado que ainda há pressões vindas de um mercado de trabalho resiliente, de algumas commodities e da alimentação, entre outros fatores.
"O que manter taxas de juros altas por mais tempo vai significar para os mercados emergentes?", questionou Campos Neto em sua fala, ao abordar a atuação dos países no controle da inflação.
Campos Neto falou no 2023 Global Meeting, evento organizado pelo Emerging Markets Forum, em Marrakech, no Marrocos.
(Por Fabricio de Castro em São Paulo)