A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) pagou R$ 1,1 milhão em um período de 11 meses a um microempresário individual do Rio de Janeiro. O Poder360 teve acesso a notas fiscais emitidas de março de 2022 a fevereiro de 2023 pela ACS Transportes e Segurança Pessoal, empresa de Anderson Castro Souza.
A ACS foi aberta em 2010, tem sede no Rio de Janeiro e aparece na Receita Federal como Microempreendedor Individual. O capital social declarado é de apenas R$ 1.
Na inscrição estadual da empresa, no entanto, a ACS Transportes e Segurança aparece como “desenquadrada” da modalidade MEI, que tem limite de faturamento anual de R$ 81.000. Embora tenha sido reenquadrada, o dinheiro pago pela CBF à empresa também excede o faturamento limite para a modalidade, que é de R$ 869.480.
De março de 2022 a fevereiro de 2023, a confederação fez 43 pagamentos que variam de R$ 900 a R$ 300 mil por “prestação de serviços de transporte executivo”.
Só em 2022, foram 40 depósitos que totalizaram R$ 1 milhão. O mês com maior movimentação de recursos no período foi abril de 2022, quando a CBF efetuou 7 pagamentos que totalizaram R$ 346.511. Um deles, referente a serviços prestados em março, foi de R$ 298.085.
Também foram registrados pagamentos feitos em 2023. Nos documentos aos quais o Poder360 teve acesso e confirmou a veracidade, constam depósitos em janeiro e fevereiro deste ano, que totalizaram R$ 45.500.
OUTRO LADO
O Poder360 procurou a Confederação Brasileira de Futebol e questionou quais foram os serviços prestados pela ACS Transportes, quantos funcionários a empresa disponibilizou à CBF e qual a explicação para os depósitos. Não houve resposta até a publicação desta reportagem.
Anderson Castro Souza, dono da ACS Transportes, também foi procurado, mas não retornou o contato. O espaço segue aberto.