PEQUIM (Reuters) - As sanções dos Estados Unidos contra duas autoridades chinesas de alto escalão por supostos abusos dos direitos humanos no Tibete foram ilegais e prejudicam seriamente os laços sino-americanos, disse o Ministério das Relações Exteriores da China nesta segunda-feira.
A China rejeita as acusações de que usou políticas duras para reprimir a dissidência étnica e controlar as atividades religiosas no Tibete.
Os comentários foram feitos depois que o Departamento do Tesouro dos EUA disse na sexta-feira que impôs sanções a Wu Yingjie, chefe do Partido Comunista no Tibete entre 2016 e 2021, e Zhang Hongbo, um alto funcionário de segurança pública na região.
O porta-voz do ministério, Wang Wenbin, disse que as medidas são uma interferência grosseira nos assuntos internos da China e uma violação das normas básicas das relações internacionais.
"Instamos o lado dos EUA a retirar imediatamente as chamadas sanções", disse ele em um briefing regular.
Elas causam sérios danos às relações sino-americanas, disse Wang, acrescentando que a China protegeria seus direitos e interesses legítimos.
"Os Estados Unidos não têm o direito de impor sanções a outros países a todo momento e não estão qualificados para se portar como a polícia mundial", acrescentou Wang.
Wang também criticou os comentários feitos no sábado por Nicholas Burns, o embaixador dos EUA na China, como sendo "cheios de mentiras e preconceitos".
Burns disse que os Estados Unidos continuam "profundamente preocupados" com o que consideram o fracasso da China em cumprir seu compromisso internacional de proteger os direitos garantidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, em áreas como Hong Kong, Tibete e Xinjiang.
"Pedimos ao lado dos EUA que pare de usar questões de direitos humanos para difamar a China, pare de usar questões de direitos humanos para interferir nos assuntos internos da China e minar a estabilidade da China", acrescentou Wang.
(Reportagem de Martin Quin Pollard)