PEQUIM (Reuters) - As exportações e importações da China cairão acentuadamente em janeiro e fevereiro, enquanto o surto de coronavírus interrompe fortemente a atividade da segunda maior economia do mundo, informou o Ministério do Comércio chinês nesta sexta-feira, acrescentando que mais medidas estão sendo estudadas para apoiar as empresas.
"Nossa expectativa é que o crescimento das importações e exportações de janeiro a fevereiro caia acentuadamente", disse Li Xingqian, diretor do departamento de comércio exterior do ministério, em entrevista coletiva online. Ele citou atrasos nas reabertura de negócios e questões de logística, além de fatores de feriados sazonais.
Com restrições de transporte em vigor para conter a propagação do vírus, muitas empresas estão lutando para retomar a produção devido à falta de trabalhadores e de matérias-primas, enquanto outras não conseguem vender seus produtos prontos. A escassez de peças está começando a descer em cascata pelas cadeias de suprimentos em todo o mundo.
A China é o maior exportador mundial de mercadorias, com os embarques representando quase 20% do produto interno bruto (PIB) da China. Analistas prevêem que os choques de oferta e demanda da crise podem reduzir o crescimento do PIB no primeiro trimestre em até metade, ante 6% no trimestre anterior.
O surto também causou pressão considerável no comércio de serviços do país, especialmente nos setores de turismo e transporte, disse Xian Guoyi, diretor do departamento de comércio de serviços e serviços comerciais do ministério.
Para amortecer o impacto nas empresas, o ministério está acelerando o estudo de novas medidas fiscais, financeiras e de seguros para apoiá-las com outras entidades governamentais, disse Chu Shijia, do ministério. Ele não entrou em detalhes.
O governo chinês espera que empresas estrangeiras em muitas partes do país retomem a produção até o final de fevereiro. No entanto, Zong Changqing, diretor do departamento de investimentos estrangeiros do ministério, acrescentou que haverá um impacto maior sobre o investimento internacional direto na China em fevereiro e março, já que os operadores adotam uma postura mais cautelosa em meio ao surto.
(Reportagem de Jing Xu, Yawen Chen, Judy Hua e Se Young Lee)