Por Yew Lun Tian
PEQUIM (Reuters) - A China fará das pessoas que apoiam a independência de Taiwan criminalmente responsáveis por toda a vida, disse uma porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan da China nesta sexta-feira.
É a primeira vez que a China anuncia concretamente uma punição para pessoas consideradas favoráveis à independência taiwanesa, gesto que coincide com um aumento das tensões entre o continente e a ilha que a China reivindica como sua.
O escritório mencionou o primeiro-ministro de Taiwan, Su Tseng-chang, o presidente do Parlamento, You Si-kun, e o ministro das Relações Exteriores, Joseph Wu, como pessoas que são "teimosamente pró-independência de Taiwan" e tornou público também pela primeira vez que elabora uma lista de pessoas que se enquadram nesta categoria.
A China punirá as pessoas da lista impedindo-as de ingressar no continente e nas regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau, informou a porta-voz Zhu Fenglian em um comunicado nesta sexta-feira.
As pessoas listadas não terão permissão de cooperar com entidades ou pessoas do continente, e as empresas ou entidades que as financiam tampouco poderão lucrar no continente, disse ela.
Políticos taiwaneses dependem parcialmente de doações de empresas para financiar suas campanhas eleitorais, e muitas empresas de Taiwan obtêm rendimentos de negócios com o continente. Atualmente, dezenas de milhares de taiwaneses trabalham na China continental.
A China também adotará "quaisquer outras medidas necessárias" contra estas pessoas, acrescentou Zhu.
Ela disse que a mensagem que seu país quer enviar aos apoiadores da independência de Taiwan é: "Aqueles que esquecem seus ancestrais, traem a pátria mãe e dividem o país jamais terminarão bem e serão rejeitados pelo povo e julgados pela história".
O Conselho de Assuntos Continentais de Taiwan não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
(Reportagem adicional de Lee Yi-Mou em Taipé)