Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou nesta quinta-feira a meta de inflação medida pelo IPCA para 2024 em 3,00%, com margem de tolerância de 1,50 ponto percentual, para mais ou para menos.
O CMN confirmou ainda as metas de 3,75% para 2021, 3,50% para 2022 e 3,25% para 2023.
O CMN é um órgão colegiado presidido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e composto pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos, e pelo secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Bruno Funchal.
"O CMN avalia que a fixação da meta de inflação em 2024 em 3,00% reduz incertezas e aumenta a capacidade de planejamento das famílias, das empresas e do governo", disse nota à imprensa enviada pelo Ministério da Economia. "A redução em 0,25 ponto percentual na comparação com a meta de 2023 é coerente com a elevada credibilidade da política monetária."
Segundo o texto, a expectativa de inflação futura, projetada no Boletim Focus, mostrou-se ancorada à trajetória de reduções da meta anteriores, e a variância das expectativas de inflação tem caído substancialmente com as reduções da meta.
"Tais evidências revelam que a política monetária e as metas são críveis, o que elimina os possíveis custos de redução de seus percentuais."
Na nota, o Ministério da Economia avaliou que o processo de consolidação fiscal da economia cria um ambiente favorável para uma redução estrutural da inflação e dos juros de equilíbrio.
Para a pasta, medidas como o teto de gastos e a reforma da Previdência produziram expectativas de uma redução na trajetória de gastos, enquanto a PEC Emergencial, que estabeleceu gatilhos para ajuste de gastos da União, Estados e municípios, se somou à aprovação de outras leis complementares que reforçam o equilíbrio fiscal dos entes federativos.
"Mesmo diante de choques adversos, o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal intertemporal, refletido na manutenção do teto, mantém o ambiente favorável à estabilidade macroeconômica", disse a Economia no texto enviado à imprensa.
O ministério considerou na nota que a inflação traz custos substanciais para a sociedade, reduzindo os rendimentos reais de capital e trabalho, e, portanto, desestimula a atividade produtiva. Além disso, cria um ambiente de ineficiência alocativa, uma vez que altera os preços relativos de forma não estrutural.
"A redução da meta produz, portanto, um ambiente estável e previsível, estimulando o investimento e a produção e elevando o bem-estar da sociedade brasileira", finalizou a pasta.