Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) não espera mudanças no Sistema S que diminuam recursos para o Sesi e Senai, afirmou nesta terça-feira o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade.
Em coletiva de imprensa, ele reconheceu que o ano de 2019 começou com grande debate acerca dos recursos direcionados ao Sistema S.
Antes mesmo de assumir, o então indicado ao comando do Ministério da Economia, Paulo Guedes, criticou os custos do Sistema S e afirmou que seria preciso "meter a faca" no direcionamento de recursos às entidades que integram o grupo.
Se limitando a falar especificamente sobre Sesi e Senai, Braga ponderou que as entidades fecharam dois acordos recentes com o governo para formação de jovens do Bolsa Família, ao custo de cerca de 3 bilhões de reais em quatro anos, e para formação de trabalhadores para a indústria.
Por isso, disse não acreditar em cortes futuros para as entidades.
"Eu acho que não (haverá cortes) porque isso já representa um grande volume de recursos alocado no Brasil inteiro", afirmou.
Fazem parte do Sistema S o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Social do Comércio (Sesc), o Serviço Social da Indústria (Sesi), o Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac) e o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), por exemplo.
Atualmente, as entidades recebem uma alíquota de contribuições pagas pelas empresas.
Recentemente, o governo editou uma medida provisória que, no âmbito de reformulação da Embratur como agência, propõe a diminuição de recursos hoje destinados ao Sebrae, conforme antecipado pela Reuters.
Braga elogiou a iniciativa como algo positivo para impulsionar o turismo, para promoção do país como destino de viagem no exterior, mas ponderou que não poderia comentar eventual perda de recursos para o Sebrae, o que caberia unicamente à entidade.
"Na realidade o Sebrae é que tem que como mostrar onde está aplicando o dinheiro, que isso impactaria no Sebrae. Não somos nós que temos condição de dizer a respeito do funding", afirmou.
(Por Marcela Ayres)