Por Oliver Griffin e Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ/CALI (Reuters) - Membros de sindicatos, estudantes, pensionistas e trabalhadores foram às ruas da Colômbia para protestar contra o governo nesta quarta-feira, e as manifestações entraram em sua terceira semana em meio a conversas até agora infrutíferas.
As manifestações, que às vezes se tornaram violentas, foram atiçadas inicialmente no final de abril pela revolta contra um plano tributário já descartado --mas as exigências dos manifestantes se ampliaram e incluem o fim da violência policial, apoio econômico agora que a pandemia de Covid-19 afeta os rendimentos e a retirada de uma reforma de saúde.
O presidente colombiano, Iván Duque, ofereceu diálogo, mas muitos manifestantes expressam ceticismo de que as promessas do governo levarão a mudanças. Manifestações menores e bloqueios de ruas continuam a acontecer diariamente em todo o país.
Até 40 mortes de civis supostamente ligadas aos protestos estão sendo investigadas pelos ombudsmen de direitos humanos. Grupos de direitos humanos locais e internacionais alegam que o número pode ser maior e culpam a polícia.
A polícia nacional iniciou dezenas de investigações disciplinares, e três agentes já enfrentam acusações de homicídio.
O desemprego na Colômbia chegou a quase 17% em áreas urbanas em abril, e o país parece prestes a perder sua nota de crédito de investimento em meio às quedas no valor da dívida pública, no mercado de ações e na moeda, o peso.
(Reportagem adicional de Nelson Bocanegra e Julia Symmes Cobb em Bogotá)