Por Richard Cowan e Susan Cornwell e David Morgan
WASHINGTON (Reuters) - Com pelo menos cinco republicanos juntando-se à pressão pelo impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por conta da invasão ao Capitólio, os democratas na Câmara dos Deputados estão preparados para uma votação histórica para tentar destituir o presidente.
A oito dias do fim do mandato de Trump, a Câmara votará na quarta-feira um artigo de impeachment acusando o republicano de incitar insurreição em um discurso para seus seguidores na semana passada antes de uma multidão invadir o Capitólio, deixando cinco mortos.
Isso desencadearia um julgamento no Senado, ainda controlado pelos republicanos, embora não estivesse claro se há tempo suficiente ou apetite político para destituir Trump.
Os democratas avançaram em uma votação de impeachment depois que um esforço para persuadir o vice-presidente Mike Pence a invocar a 25ª Emenda da Constituição dos EUA para remover Trump foi rejeitado por Pence na noite de terça-feira.
"Não acredito que tal curso de ação seja no melhor interesse de nossa nação ou consistente com nossa Constituição", disse Pence em uma carta à presidente da Câmara, Nancy Pelosi.
Apesar da carta, a Câmara aprovou uma resolução convocando formalmente Pence a agir. A votação final foi 223 a 205 a favor.
Enquanto isso, o controle de Trump sobre seu partido dava mais sinais de enfraquecimento, com pelo menos quatro republicanos, incluindo um membro da liderança da Câmara, afirmando que votariam por seu segundo impeachment – um panorama que nenhum presidente antes de Trump enfrentou.
A deputada republicana Liz Cheney disse: "Nunca houve uma traição maior por parte de um presidente dos Estados Unidos a seu cargo e ao seu juramento à Constituição".
Trump "convocou esta multidão, reuniu a multidão e acendeu a chama deste ataque" ao Capitólio em 6 de janeiro, afirmou Cheney, filha do ex-vice-presidente republicano Dick Cheney, em um comunicado, acrescentando: "Eu votarei pelo impeachment do presidente".
Três outros membros republicanos da Câmara, John Katko, Adam Kinzinger e Fred Upton, disseram que também votariam pelo impeachment.
Os líderes republicanos na Câmara não orientaram seus membros a votarem contra o impeachment de Trump, dizendo que era uma questão de consciência individual.
(Reportagem de Jan Wolfe, David Morgan, Eric Beech, Andrea Shalal, Doina Chiacu, Steve Holland e David Shepardson)