Investing.com - Em meio à tensão no mercado acionário, com os investidores atentos aos bancos centrais, quase todas as opiniões se concentram no que o Federal Reserve (Fed) pode fazer em sua próxima reunião de política monetária em 1 de novembro.
Enquanto a maioria do consenso aposta em uma manutenção das taxas, Tiffany Wilding, economista da PIMCO, acredita que os últimos dados de vendas no varejo dos EUA, que superaram todas as expectativas, geram a expectativa de uma elevação de juros em uma das próximas reuniões do Fed e que a política monetária seja apertada por mais tempo.
Wilding destaca os seguintes 3 aspectos:
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O que aconteceu?
“O relatório de vendas no varejo de setembro mostrou que o crescimento em setembro foi muito acima das nossas expectativas, que já estavam acima do consenso, e muito acima das previsões de vários observadores de gastos com cartões de crédito. Os gastos foram fortes na maioria das categorias e as revisões dos últimos meses foram positivas. Os únicos pontos fracos foram roupas (-0,8% mês a mês), em linha com a deflação observada no IPC, bem como algumas categorias de bens duráveis”, explica a economista da PIMCO.
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O que isso significa?
“Este relatório, juntamente com a aceleração da inflação básica dos serviços (que exclui os setores voláteis de alimentos e energia) e o sólido relatório sobre folhas de pagamento, sem mencionar os altos níveis de inadimplência de empréstimos estudantis antes da retomada dos pagamentos, é suficiente para a nossa hipótese base ser uma elevação das taxas nas reuniões de novembro ou dezembro”, aponta Wilding.
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O que vem a seguir?
“Nunca se deve reagir exageradamente a um único dado, mas o relatório de terça-feira sugere que o Fed pode precisar revisar novamente suas projeções de PIB real para 2023. E uma economia mais forte do que o esperado defende a manutenção de uma política mais apertada por mais tempo”, conclui a especialista.