👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Consumidor diz que sustentabilidade é importante na compra, mas prática é outra

Publicado 10.09.2023, 05:00
Atualizado 10.09.2023, 08:10
© Reuters.  Consumidor diz que sustentabilidade é importante na compra, mas prátic

Ao menos em teoria, o consumidor brasileiro está mais preocupado com temas ligados à preservação do meio ambiente, responsabilidade social e critérios de controle das empresas (ESG, na sigla em inglês para Meio Ambiente, Social e Governança). A porcentagem de pessoas que dizem saber do que o tema se trata subiu de 50% em 2022 para 62% em 2023. Para quem estuda o assunto, porém, ainda há uma distância importante entre um discurso que demonstra mais conhecimento sobre essas questões e as escolhas efetivas de consumo. Prova disso é que 85% dos entrevistados dizem que, no dia a dia, acabam por realizar diversas atitudes de consumo que não contribuem positivamente para o planeta.

Os dados são da segunda edição da pesquisa "Impacto ESG no Varejo", realizada pela Mosaiclab para o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), que será apresentada durante o Latam Retal Show, evento organizado pela consultoria Gouvêa Ecossystem entre 19 e 21 de setembro. O estudo mostra que há diferenças entre as classes A, B e C na compreensão sobre as práticas de sustentabilidade.

Entre os mais ricos, 33% afirmam conhecer bem o tema do ESG; 52% dizem conhecer pouco e 15% desconhecem o assunto. Na classe B, 13% afirmam ter conhecimento maior, 55% dizem saber pouco e 32% não têm informações sobre. Na Classe C, porém, a maior porcentagem é dos que dizem não saber nada sobre o assunto, com 47%; os que sabem pouco são 45% e apenas 8% afirmam conhecer bastante o conceito.

"Nem sempre onde está o discurso é onde o dinheiro está. Esse é o maior desafio de um País desigual como o nosso", diz Hugo Bethlem, membro do Conselho do IDV que acompanhou a pesquisa. Ele vê um desafio na transformação dos desejos manifestados na pesquisa em escolhas práticas de consumo. Isso porque dados de plataformas de compras de produtos importados mostram vendas em alta, mesmo sem maiores informações sobre sua cadeia produtiva. "De um lado, as pessoas declaram que se importam com essas questões, mas na hora que aparece uma blusinha barata, a história muda", diz.

Para ele e a cofundadora da Mosaiclab, Karen Cavalcanti, os pilares de responsabilidade social e critérios de governança são os que mais aproximam as pessoas mais pobres do tema. Para a classe C, há interesse mais alto por ações de empresas que incentivem o pagamento de salários justos para seus funcionários e que criem mais oportunidades de emprego. Destacam-se ainda, para esse público, ações que reforcem a importância de tratar seus clientes com respeito, independentemente de perfil ou origem, práticas que incentivem a aceitação e respeito na sociedade sobre diversidade de gênero, raça, idade e orientação sexual, além de ações que auxiliem no acesso da população carente a moradia com dignidade: saneamento básico, energia elétrica, por exemplo.

No ranking geral, que leva em consideração todas as classes sociais, o tema mais importante foi o de ações ligadas ao combate ao desmatamento e aos incentivos ao reflorestamento.

A pesquisa ainda mostrou que mais da metade dos entrevistados declara que estaria disposto a pagar a mais e entre 5% a 20% por produtos ou serviços que realmente fizessem ações efetivas em ESG. A maior porcentagem apareceu para o tema de proteção ao meio ambiente: 59% das pessoas aceitaria pagar essa faixa porcentual a mais no preço se tivesse garantias de que ações reais estivessem sendo tomadas nesse sentido.

"Nove em cada dez pessoas afirmam que, se soubessem como melhorar seus hábitos, modificariam seu consumo para obter redução no impacto ecoambiental. Para o varejo, os consumidores buscam incentivo para serem mais conscientes no consumo e descarte de produtos, embalagens, além de maior uso de materiais recicláveis ou sustentáveis na cadeia. No âmbito social, desejam mais ações voltadas para o respeito aos direitos humanos, diversidade e inclusão. Já em governança, prezam por um aumento nas ações ligadas à ética e transparência, principalmente, combate ao trabalho escravo ou infantil, proteção e segurança digital dos dados e informações pessoais dos clientes", afirma Bethlem, do IDV.

Produto e lugar de compra

Karen destaca ainda que o estudo mostra que os produtos vendidos em determinado local de compra acabam "contaminando" positiva ou negativamente a imagem de sustentabilidade daquele varejo. O inverso também ocorre: marcas expostas em determinados lugares acabam herdando a visão do público sobre aquela rede varejista.

Foi analisada a importância dos componentes ESG na compra recente de dez categorias de varejo tanto para escolha dos produtos quanto para a escolha do local de compra. Na média das categorias, houve relevância principalmente na importância do ESG na escolha do local de compra, passando de 39% em 2022 para 50% em 2023. Para os produtos comprados, a média passou de 43% para 49% de um ano para outro, mostrando que o consumidor está mais atento ao tema na sua decisão de compra. Alimentos e Vestuário foram as duas categorias com destaque tanto para produto como para local de compra.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.