Por Lisandra Paraguassu e Gabriel Ponte
BRASÍLIA (Reuters) - Os Correios caminham para a privatização, disse nesta quinta-feira o presidente Jair Bolsonaro, que também afirmou que a reforma administrativa, que ainda não foi encaminhada pelo governo ao Congresso, está "madura".
"Algumas instituições não serão privatizadas enquanto eu for presidente, mas os Correios caminham para a privatização. Até porque, foram foco no passado de grandes escândalos e também é um monopólio que não pode ter prejuízo", disse Bolsonaro em discurso durante evento no Palácio do Planalto de lançamento de crédito imobiliário com taxa fixa pela Caixa Econômica Federal.
O presidente também aproveitou a oportunidade para fazer elogios ao ministro da Economia, Paulo Guedes. O ministro tem pressionado pelo envio da reforma administrativa ao Legislativo, por considerá-la essencial para a recuperação da economia, mas uma fonte com conhecimento do assunto disse à Reuters que o encaminhamento da proposta, previsto para esta semana, foi adiado. [nL1N2AK00O]
"Vamos mudando, fazendo o possível, com muita humildade, conversando com todos antes de decisões. Como, Paulo Guedes, a questão da reforma administrativa. Está madura agora. Não podemos apresentar uma reforma e depois nós mesmos buscar deputados e senadores para que ela venha a ser corrigida", afirmou o presidente.
Bolsonaro fez, então, um afago ao ministro ao fazer uma referência ao episódio em que ele foi criticado por afirmar que o dólar mais baixo permitia que empregadas domésticas viajassem à Disney.
"Já que o Paulo Guedes falou de pessoas humildes. Obviamente, Paulo, só é criticado quem tem virtudes. Ninguém critica o perna-de-pau que está acostumado a perder gols, critica o craque que perde o pênalti. Ou até mesmo quando ele faz o gol e não é muito bem batido", afirmou.