Por Maria Tsvetkova e Tom Balmforth
MOSCOU (Reuters) - Um tribunal da Rússia analisa nesta terça-feira se Alexei Navalny, um crítico do Kremlin, será preso por até três anos e meio, um caso que provoca protestos em todo o país e rumores sobre novas sanções ocidentais.
Navalny, um dos críticos mais destacados do presidente, Vladimir Putin, foi preso na fronteira russa em 17 de janeiro devido a supostas violações de condicional depois de voltar da Alemanha, onde se recuperava de um envenenamento de gás nervoso ocorrido na Rússia.
Navalny acusa Putin de ter ordenado seu assassinato. O Kremlin nega, além de insinuar que o opositor é um agente da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), uma acusação rejeitada por Navalny, e dizer ao Ocidente que mantenha distância de seus assuntos internos.
Uma pena de prisão longa para Navalny se tornaria um ponto de tensão com o Ocidente, como o caso do magnata do petróleo Mikhail Khodorkovsky, outro crítico de Putin que passou 10 anos na prisão depois de ser preso em 2003.
Na véspera da audiência, um aliado próximo de Navalny exortou o Ocidente a punir o círculo íntimo de Putin com sanções pessoais, prevendo que isto poderia desencadear disputas internas potencialmente desestabilizadoras na elite russa.
Do lado de fora do tribunal, repórteres da Reuters viram o batalhão de choque deter cerca de 60 apoiadores de Navalny, reunidos para lhe dar apoio. O grupo de monitoramento OVD-Info relatou 237 prisões.
(Reportagem adicional de Gleb Stolyarov, Polina Nikolskaya, Gabrielle Tetrault-Farber, Tom Balmforth e Anton Zverev)