Por Fabricio de Castro
(Reuters) - Com a forte alta das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) nesta terça-feira, a curva de juros brasileira já precifica 51% de chances de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortar a taxa básica Selic em apenas 0,25 ponto percentual em maio, e não em 0,50 ponto percentual como vinha sendo precificado.
A probabilidade de o corte ser de meio ponto está agora em 49% -- até segunda-feira este percentual sempre se manteve acima dos 50%, em sintonia com as sinalizações mais recentes do BC, de que a Selic seria reduzida em mais 0,50 ponto percentual no próximo mês.
O cenário vem mudando nos últimos dias após a divulgação de uma bateria de dados positivos sobre a economia dos EUA, que elevaram a percepção de que o Federal Reserve não terá espaço para cortar juros no curto prazo.
Com isso, a curva de juros norte-americana vem abrindo de forma consistente: o rendimento do Treasury de dez anos -- referência global de investimentos -- estava na faixa dos 4,66% nesta tarde, o que colocava pressão sobre a curva brasileira.
Para o encontro de junho do Copom, a precificação aponta para corte de 5 pontos-base, o que na prática indica chances maiores de o BC não realizar nenhum corte na reunião.
Perto das 14h a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,275%, ante 10,144% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 10,625%, ante 10,406% do ajuste anterior.
Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,99%, ante 10,764%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 11,31%, ante 11,092%.