DAVOS, Suíça(Reuters) - A China pode ver uma forte recuperação no crescimento econômico a partir do segundo trimestre com base nas tendências atuais de infecção no país após o desmantelamento da maioria das restrições contra a Covid-19, disse a vice-diretora-gerente do FMI, Gita Gopinath, nesta quarta-feira.
"Esperamos que o crescimento na China volte, se recupere", disse Gopinath à Reuters em entrevista no Fórum Econômico Mundial em Davos.
"Observando as tendências de infecção, e se elas persistirem, poderemos ver uma recuperação muito rápida após o primeiro trimestre deste ano", disse ela sobre o atual aumento de infecções visto como uma "onda de saída" ligada à reabertura econômica.
A economia da China cresceu 3,0% em 2022, um de seus piores desempenhos econômicos em quase meio século, atingida por restrições rígidas da Covid e uma queda no mercado imobiliário.
Economistas consultados pela Reuters veem o crescimento chinês em 2023 em torno de 4,9%, com alguns deles atualizando recentemente as previsões para cerca de 5,5%.
Gopinath disse que uma taxa de crescimento "no patamar de mais de 4%" provavelmente significaria que quaisquer pressões inflacionárias globais seriam contrabalançadas pela desaceleração da demanda em outros lugares.
"Mas se o crescimento na China for muito mais forte, o que é uma possibilidade, poderemos ver outro aumento nos preços do petróleo ou da energia", disse ela.
Questionado sobre as leituras recentes da inflação nos EUA que sugerem um arrefecimento, Gopinath disse que é muito cedo para dizer com certeza se elas significam que a inflação está voltando para a meta de 2% do Federal Reserve dos EUA.
"Se obtivermos leituras semelhantes às que vimos no último mês ou dois por mais alguns meses, estaremos em um bom lugar", disse ela, observando que o mercado de trabalho continua apertado.