Por Crispian Balmer e Angelo Amante
ROMA (Reuters) - Os partidos conservadores da coalizão fragmentada da Itália descartaram nesta terça-feira continuar governando ao lado do Movimento 5 Estrelas, complicando os já difíceis esforços para manter o governo do primeiro-ministro Mario Draghi.
Draghi apresentou sua renúncia na semana passada depois que o populista Movimento 5 Estrelas se recusou a apoiar o governo de unidade nacional de 18 meses em um voto de confiança parlamentar.
O presidente Sergio Mattarella rejeitou sua renúncia e pediu que ele discursasse no Parlamento na quarta-feira, esperando encontrar um consenso para evitar eleições antecipadas em um momento de tumulto internacional e problemas econômicos.
Draghi, ex-chefe do Banco Central Europeu, não comenta publicamente a crise desde a semana passada e não ficou claro se ele continua determinado a deixar o cargo após seu discurso no Senado ou se pode mudar de ideia e decidir ficar.
Ele tem apoio suficiente para permanecer no cargo sem o 5 Estrelas, mas sempre rejeitou essa possibilidade e uma fonte em seu gabinete disse que ele estava esperando para ver se o partido, liderado pelo ex-primeiro-ministro Giuseppe Conte, voltaria ao campo governista.
Conte disse que está esperando por um sinal de Draghi de que está pronto para aprovar algumas das prioridades políticas do 5 Estrelas, como um salário mínimo, antes de renovar seu apoio ao governo.
Mas os partidos Liga e Força Itália disseram que não queriam mais dividir o poder com o 5 Estrelas, dizendo que a alternativa seria eleições antecipadas no outono do Hemisfério Norte.
"O partido não está disposto a continuar trabalhando com o não confiável 5 Estrelas", afirmou a Liga após uma reunião entre o líder Matteo Salvini e parlamentares do alto escalão.