Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O diretor da Fitch Ratings no Brasil, Rafael Guedes, afirmou nesta quarta-feira que o país tem um caminho “bastante longo” para recuperar o grau de investimento e que o crescimento atual é menor que o necessário para a nova regra fiscal funcionar.
No fim de julho, a agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil a "BB (BVMF:BBAS3)", contra "BB-" antes, com perspectiva estável.
Na época, a Fitch destacou o desempenho macroeconômico e fiscal melhor que o esperado, bem como a expectativa de que novo governo trabalhará para mais melhoras.
Apesar da melhora na nota, a classificação do Brasil ainda é considerada de grau especulativo pela agência. Para atingir o grau de investimento, o país precisará subir mais dois degraus.
No evento desta quarta-feira, Guedes qualificou o crescimento do Brasil como “medíocre”, tendo sustentado uma média anual de 0,3% de 2013 a 2023. Além disso, afirmou que a nova regra fiscal deveria levar a uma redução do endividamento, mas que o país cresce menos que o necessário para isso funcionar.
Assim como muitos analistas de fora do governo vem defendendo, Guedes pontuou que a nova regra fiscal depende muito de receitas adicionais.
Por outro lado, o diretor da agência afirmou que o Banco Central tem feito um “excelente trabalho” para ancorar as expectativas de inflação. Ao comentar a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) no fim de junho, que manteve a meta de inflação em 3%, Guedes afirmou que a decisão também ancorou as expectativas.