O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que, quanto mais desafiador for o cenário externo, maior será a necessidade de o Brasil acelerar a aprovação de projetos econômicos. Ele comentou sobre o conflito entre Hamas e Israel, deflagrado por um ataque do grupo extremista no sábado (7.out).
Segundo o ministro, é preciso ter pressa para proteger a economia brasileira de volatilidades do ambiente externo. Ele disse que o Brasil não tem poder decisório dos juros nos Estados Unidos ou no preço do petróleo, mas que os temas impactam o ambiente doméstico.
Haddad disse que não tem o se “queixar” do Congresso e que “ninguém imaginava” a quantidade de votações de reformas feita no 1º semestre.
“Quanto mais desafiador o cenário externo, maior a pressa de endereçarmos os assuntos internos. Os juros nos Estados Unidos não competem a nós decidir. O preço do petróleo não compete a nós decidir. […] A agenda externa se complicando, como está, o nosso desafio é fazer a nossa agenda interna evoluir o mais rápido possível para proteger a economia brasileira”, disse.
O ministro concedeu entrevista a jornalistas nesta 2ª feira (9.out.2023) durante o lançamento do programa Desenrola Brasil.
PREÇO DO PETRÓLEO
Questionado sobre o preço do barril do petróleo, que subiu para US$ 89 nesta 2ª feira (9.out.2023), Haddad disse que o indicador é muito “volátil” e sinalizou cautela com o assunto.
“Semana passada o petróleo bateu US$ 83. Já vinha num movimento de acomodação para baixo. Estou falando para nós não nos precipitarmos. Pior coisa que pode acontecer é tomar decisões precipitadas que podem colocar em risco uma política”, disse.
O ministro disse que o governo vai avaliar o cenário e não tomará medidas de forma “açodada” sem analisar os desdobramentos dos episódios.
Haddad disse que a agenda de trabalho até o fim do ano no Congresso Nacional está “estabelecida”. Afirmou que o “ritmo de votação foi retomado”, em referência à quantidade de projetos aprovados pela Câmara e pelo Senado no 1º semestre deste ano. Citou as seguintes matérias como prioritárias:
- Marco de garantias – que teve o texto aprovado na última semana;
- Taxação de fundos – que foi escolhido o relator, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ);
- Lei de seguros – que está sob responsabilidade do senador Jader Barbalho (MDB-PA).
O ministro afirmou que conversou com investidores na 6ª feira (6.out) para tratar sobre os temas prioritários do Ministério da Fazenda. “Nós estamos arrumando a casa, em virtude da herança recebida que não é simples. O conjunto de despesas contratadas no ano passado é bilionário e é preciso tratar disso com toda a cautela”, disse.
Sobre os conflitos, Haddad disse que a diplomacia do país tem tentado levar uma “mensagem de paz e nova governança internacional” para que o mundo encontre instrumentos para “enfrentar os desafios”.